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O presidente do Sporting, Filipe Soares Franco, esclareceu, ontem, que o trespasse da Academia da esfera do clube para a SAD - aprovado na proposta da reestruturação financeira - não necessita da aceitação dos dois terços (maioria qualificada) da Assembleia Geral.
Um dia depois da reunião magna, as dúvidas persistem mas, segundo o Soares Franco, a Academia não é propriedade do Sporting, mas da banca. "Não sei porque ficaram com dúvidas. A Academia não é património, nem do Sporting, nem da SAD. Como é um leasing, a propriedade é da empresa de leasing. O trespasse é a melhor solução e, para tal, não precisa de uma maioria de dois terços".
O presidente explicou que "o leasing é totalmente pago pela SAD" e que a sociedade anónima "suporta todos os custos". "O Sporting tem uma renda e replica essa renda à SAD. É legítimo que, quando terminar o leasing, a Academia seja património da SAD", defendeu.
O trespasse da Academia foi um dos pontos quentes da Assembleia Geral de anteontem. Os outros pontos eram a venda da Sporting Comércio e Serviços (SCS) à SAD e a emissão de 30 milhões de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC). 63.79% votaram a favor, enquanto 36.29 % contra. Sem a maioria qualificada, a venda da SCS foi chumbada, ao passo que as restantes propostas foram aprovadas. Soares Franco ficou satisfeito com os resultados.
"Uma assembleia com um tema tão difícil e com uma forte adesão dos votos é um enorme voto de confiança", enalteceu. O presidente elogiou a Direcção por ter levado as três propostas à Assembela Geral. "Na venda da SCS, se nós quiséssemos, tínhamos arranjado uma outra maneira de passar os direitos desportivos para a SAD. Ao levar o ponto à assembleia, o Conselho Directivo entendeu dar informação aos sócios. Merecem todo o respeito", concluiu.