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Os inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que investigaram um megaprocesso de crimes de corrupção e auxílio à imigração ilegal deverão ser investigados por eventuais indícios de falsificação em autos de inquirição de testemunhas. Os juízes da 2.ª Vara Criminal do Porto, onde decorre o julgamento, extraíram ontem certidões para esse efeito, após o depoimento de quatro funcionários da Direcção Regional do Norte, do SEF.
Em causa está a menção e identificação das pessoas que procederam às diligências de inquirição. As folhas constantes do processo referem que as diligências foram efectuadas por dois inspectores do SEF de Braga, mas as testemunhas referiram apenas ter estado perante um dos mencionados investigadores.
A pergunta de Rui Silva Leal, advogado de um inspector que está em prisão preventiva, uma das testemunhas revelou que à sua inquirição assistiu, também, uma ex-directora do SEF do Porto, Amélia Paulos, num momento em que já não era dirigente.
O caso deverá agora ser avaliado pelo Ministério Público, a fim de apurar se houve efectivamente falsificação, ou se se tratou de meros lapsos.
O julgamento decorre desde Janeiro e envolve como principal arguida uma advogada de Barcelos e mais 13 acusados. Entre os crimes imputados à causídica, actualmente em prisão preventiva, estão falsificação de documento, corrupção, auxílio à permanência ilegal de imigrantes e tráfico de influências. Sob suspeita está a legalização de pelo menos 360 estrangeiros. NMM