São Paulo, Brasil, 13 Jul (Lusa) - O embaixador de Portugal em Brasília, Francisco Seixas da Costa, solicitou hoje esclarecimentos à empresa de TV Cabo Sky Brasil sobre a substituição da transmissão da RTP Internacional pela SIC.
Numa carta enviada ao presidente da Sky Brasil, Luiz Eduardo Baptista da Rocha, o diplomata sauda a iniciativa de incluir a programação da SIC, "abrindo caminho a uma televisão privada portuguesa de elevado mérito".
"Mas, simultaneamente, considero da maior gravidade que isso seja feito em detrimento do canal publico português RTP Internacional - no qual o Estado português faz, desde há mais de uma década, um considerável investimento", salienta.
Seixas da Costa sublinha que esse investimento tem como objectivo proporcionar às comunidades portuguesas "um serviço público de indiscutível e crescente qualidade" e que, "de um momento para o outro são privadas, sem nenhuma justificação".
Na carta, o diplomada ressalta que parte da programação da RTP é dedicada aos países de língua portuguesa, com programas específicos que abordam temas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor-Leste.
"Porque sei que o sinal da RTP é oferecido de forma absolutamente grátis, não consigo vislumbrar qualquer razão racional para a decisão de exclusão daquele canal, que poderia perfeitamente conviver com as emissões da SIC Internacional", sugere.
Seixas da Costa salienta igualmente que a manutenção dos dois canais reforçaria ainda mais a presença da língua portuguesa no espectro da programação da TV Cabo.
Em declarações à agência Lusa, o embaixador de Portugal disse que diplomatas de países lusófonos acreditados em Brasília têm-me manifestado "perplexidade por esta mudança".
"Julgo que, com bom senso e sensibilidade, estamos a tempo de reverter esta situação. Estou cem por cento convicto que, por detrás da decisão desta mudança, não está a SIC", avançou o diplomata.
Segundo Seixas da Costa, o controlador da SIC, Pinto Balsemão, "nunca poderia ser solidário com uma atitude que, na prática, irá reduzir drasticamente o acesso à programação" aos portugueses e cidadãos lusófonos que vivem no Brasil".
Contactada pela Agência Lusa, a assessoria de Imprensa da Sky Brasil afirmou que analisaria primeiro a carta enviada pelo embaixador de Portugal para depois comentar a questão.
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