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Brasília, 04 Abr (Lusa) - O pai e a madrasta da menina de 5 anos que morreu após ter caído do sexto andar de um prédio em São Paulo entregaram-se quinta-feira às autoridades.
O casal seguiu depois num carro policial para a 9ª Esquadra de Polícia da capital paulista, acompanhado por forte aparato de segurança.
À porta da esquadra, havia dezenas de jornalistas que, durante todo o dia esperaram pela chegada do casal, já que a morte de Isabella está a ter uma grande repercussão no Brasil.
A prisão temporária de 30 dias de Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24 anos, poderá ser prorrogada por mais um mês.
A prisão do casal foi pedida na quarta-feira, após a polícia ter ouvido a mãe da menina, Ana Carolina Cunha de Oliveira, 23 anos.
Muito abatida, a mãe esquivou-se a falar com a imprensa após o depoimento de quatro horas à polícia, limitando-se a dizer que espera por justiça.
Quinta-feira, o pai e a madrasta de Isabella divulgaram cartas nas quais se declaram inocentes, dizem que amavam a menina e enfatizam que "a verdade sempre prevalecerá".
A polícia não se pronuncia mais sobre o caso, já que as investigações decorrem em segredo de justiça.
Segunda-feira, o delegado Calixto Calil Filho afirmou que o pai e a madrasta da menina eram "candidatos a suspeitos", o que gerou críticas pelo facto de as investigações ainda estarem em curso.
No seu primeiro depoimento à polícia, Alexandre Nardoni contou, ao reconstituir os acontecimentos de sábado que, ao chegar da rua com a família à garagem do prédio onde mora, Isabella e os seus dois outros filhos do segundo casamento estavam a dormir no carro.
O pai teria levado Isabella primeiro ao apartamento e voltado ao carro para ajudar a mulher a transportar os outros filhos.
Ao regressar ao apartamento, teria visto que a luz estava acesa e que Isabella não estava no quarto.
Reparou também que havia um buraco na rede de protecção na janela do quarto.
De acordo com a polícia, manchas de sangue foram encontradas no corredor do apartamento, no quarto das crianças e na rede de protecção da janela, de onde Isabella teria caído.
A autópsia do Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa da morte da menina deve ficar pronta em 30 dias.
CMC.
Lusa/Fim