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Cidade da Praia, 11 Abr (Lusa) - Portugal vai apoiar Cabo Verde na instalação da primeira unidade de hemodiálise no país, para reduzir o número de doentes que se deslocam ao estrangeiro para fazer o tratamento.
De acordo com o protocolo assinado hoje entre os ministros da saúde de Cabo Verde e de Portugal, a unidade de hemodiálise deverá estar operacional num prazo de seis meses a dois anos.
Portugal compromete-se a financiar o tratamento de até 35 doentes por ano num valor de 25 500 euros para cada doente.
Nos três primeiros meses do início da actividade terapêutica da unidade de hemodiálise, o Ministério da Saúde português vai conceder ainda um apoio financeiro de 150 mil euros, para apoiar na instalação do serviço.
Portugal compromete-se ainda a receber quadros cabo-verdianos para formação nesta área.
Por seu turno, o governo de Cabo Verde garante o tratamento dos outros doentes e a criar e manter em funcionamento a unidade de hemodiálise no Hosptial Agostinho Neto, na Cidade da Praia.
A unidade de hemodiálise, utilizada para tratamentos de insuficiência renal, é uma das principais necessidades do sistema de saúde cabo-verdiano, sendo este tratamento a terceira causa de transferência de doentes para Portugal.
Dos 386 doentes transferidos para Portugal, cerca de 80 precisam de fazer hemodiálise, segundo números do Ministério da Saúde de Cabo Verde.
Após a instalação do novo serviço, esses doentes devem regressar a Cabo Verde mas continuarão a fazer parte da lista de transplantes em Portugal.
Basílo Ramos, Ministro da Saúde de Cabo Verde afirmou, no acto da assinatura do protocolo, que para além de diminuir os custos de tratamento, esta unidade irá dar aos pacientes a comodidade de fazer o tratamento no seu próprio país, junto das famílias.
"Ao instalarmos o serviço de nefrologia no Hospital Agostinho Neto teremos a possibilidade de assumir o tratamento dos nossos pacientes aqui em Cabo Verde poupando recursos quer ao estado cabo-verdiano, quer ao estado português, mas sobretudo poupando o incómodo dos nossos pacientes de deixarem a sua terra, a sua familia, instalados em Portugal sem saber em que dia poderão regressar aos seus lares", disse.
A opinião é partilhada pela Ministra da Saúde portuguesa, Ana Jorge, para quem a assinatura do protocolo abre uma nova esperança para os doentes que se encontram em Portugal em tratamento.
"Esta assinatura de protocolo é de facto um regozijo para o governo português por possibilitar a melhoria do atendimento dessas pessoas no seio da familia, com cuidados de saúde a que têm direito e podendo fazer de uma forma que lhes permita viver na sua terra", afirmou.
A Ministra da Saúde de Portugal encontra-se em Cabo Verde para participar, hoje e no sábado, na primeira reunião dos ministros da Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O objectivo do encontro é criar um Plano Estratégico para a Saúde (PECS) comum aos oito Estados membros da (CPLP).
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Lusa/fim