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As típicas camisolas poveiras, com desenhos bordados à mão, estão na moda. Durante o mês de Janeiro, na apresentação das suas colecções, em Florença, Barcelona e Nova Iorque, o estilista português Nuno Gama levou consigo 20 camisolas de lã criadas por si e bordadas à mão por algumas das formandas do projecto "A Arte das Camisolas Poveiras".
Esta não é a primeira vez que o estilista escolhe como tema para as suas colecções as camisolas usadas em dias de festa pelos pescadores da Póvoa. O fascínio destas características peças de artesanato vem da infância. Natural do Porto, Nuno Gama recorda que "lá em casa, todos tínhamos uma camisola poveira. Era uma tradição familiar que ninguém sabe como nasceu. Há 20 anos que as uso nas minhas colecções".
A camisola poveira de lã era peça complementar do traje de romaria e festas, conhecido na comunidade piscatória como "farda branca". As camisolas eram bordadas a ponto de cruz, com motivos em preto e vermelho, que identificavam a família. Nos bordados, para além do nome e alcunha do proprietário, eram comuns os seguintes desenhos siglas, remos cruzados, vertedouros, corações, âncoras, barcos à vela e o escudo com coroa real.
José de Azevedo
