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Com a atenção do país centrada no duelo de titãs entre Santana Lopes e José Sócrates na campanha para as eleições de 20 de Fevereiro, há disputas distritais que prometem animar se não mesmo, incendiar o palco político. É o caso de Aveiro, onde Manuel Pinho, o economista independente que lidera a lista do PS, se arrisca a ser ofuscado pelo confronto entre o cabeça de lista do PSD, Marques Mendes e o líder do CDS-PP, Paulo Portas.
Em Lisboa, a troca de mimos também deverá ser abundante, se o socialista Jaime Gama não tiver pruridos em responder, no seu estilo de "peixe de águas profundas" - como Mário Soares um dia lhe chamou - , aos discursos metafóricos do presidente do PSD e primeiro-ministro demissionário, Santana Lopes.
Estrategas e desbocados
Num outro registo diferente da capital, em Castelo Branco, é o secretário-geral socialista, José Sócrates, que terá de fazer frente ao "barrosista" Nuno Morais Sarmento, prevendo-se, de acordo com as características desses adversários, que ocorram verdadeiras rixas verbais.
Destaque também para Setúbal, devido ao perfil dos dois cabeça de lista António Vitorino, do PS, e o ainda ministro da Segurança Social, Fernando Negrão, do PSD.
Há outros casos "sui generis", pelo facto dos primeiros da lista serem mulheres e estreantes. Como sucede com a candidata do PS por Coimbra, a museóloga independente Matilde Sousa Franco, que vai enfrentar a ex-comunista e agora cabeça de lista do PSD, por esse distrito, a editora Zita Seabra.
Ainda no plano dos duelos regionais que poderão dar azo a casos de campanha, há que ter em atenção Faro, distrito onde o socialista João Cravinho vai enfrentar o histórico social-democrata Mendes Bota.
Em Braga, poderão ocorrer episódios dignos de nota, já que é aí que se apresentam o autarca do PSD, de Gaia, Luís Filipe Menezes, e o líder parlamentar do PS, António José Seguro. Tal como em Viseu, onde José Luís Arnaut, do PSD, vai bater-se contra José Junqueiro, do PS.
A. M.
