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O presidente da Comissão Europeia (CE) e antigo primeiro-ministro português, Durão Barroso, reconheceu ter lido informações sobre a justificação para a invasão do Iraque que "não corresponderam à verdade".
"Vi os documentos, tive-os à minha frente, dizendo que havia armas de destruição maciça no Iraque. Isso não correspondeu à verdade", disse, numa entrevista à TSF e ao "Diário de Notícias", publicada ontem.
"Hoje em dia é fácil pôr as culpas no presidente Bush", mas, acrescentou, também Bill Clinton estava "absolutamente convencido" dessas imputações. "É preciso não esquecer que a decisão na altura de intervir no Iraque foi tomada por todos, nos Estados Unidos, pelos republicanos e pelos democratas", afirma. Durão Barroso considerou o Tratado de Lisboa "não é nenhuma revolução" e que, de um ponto de vista democrático, é tão legítimo aprová-lo "por referendo como por voto parlamentar".
"Pode haver debates com ou sem referendo", acrescentou, garantindo não ter dado conta de que tivesse havido um acordo tácito entre os 27 membros da União Europeia para não haja referendos na generalidade países da UE. Como todos os países vão assinar o tratado, a CE espera "naturalmente" que eles venham a ratificá-lo, disse ainda.