Corpo do artigo
Dylan Thomas, o grande poeta galês do século XX, não foi vítima da sua dependência alcoólica, como sempre foi consentido até aqui, mas sim de um erro do seu médico pessoal.
De acordo com o relato da nova biografia, publicada amanhã no Reino Unido, o escritor padeceria de pneumonia, quando entrou em coma no hospital de Nova Iorque, onde viria a morrer em Novembro de 1953, aos 40 anos.
"Dylan recordado 1935-53" foi escrita a quatro mãos, por David Thomas, autor da primeira biografia sobre o poeta, e pelo médico Simon Barton. Na obra, ambos colocam em dúvida que Dylan Thomas tenha sucumbido a uma bebedeira inqualificável.
O autor de livros de poemas como "Defuntos e nascimentos" (1946) admitiu que numa só noite chegou a beber 18 whiskys, recorde a partir do qual começou a sua debilidade física. A pneumonia, sustentam Thomas e Barton, foi descoberta 24 horas antes do escritor galês ter-se queixado a um amigo nova-iorquino de que não conseguiria respirar, suspeitando-se tratar-se de uma asfixia.
Na altura, o seu médico pessoal, Milton Feltenstein, em vez de investigar a possível infecção pulmonar, diagnosticou um delírio provocado pelo álcool. Injectou-lhe três doses de morfina que, segundo os biógrafos, inviabilizaram a respiração.
Depois disso, o poeta entrou em coma, deu entrada no hospital Saint Vincent, em Nova Iorque, onde os médicos tentaram, reanimá-lo durante três horas. Em vão. Morreu quatro dias mais tarde.