Gerhard Schroeder qualificou como "modelos para todos alemães" os oficiais da Wehrmacht (o Exército regular alemão dirigido pelos nazis) que, a 20 de Julho de 1944, tentaram eliminar o ditador Adolf Hitler no quartel-general de Rastenburg, denominado "O Covil do Lobo". Ontem, seis décadas depois, o país prestou homenagem aos que pagaram com a vida semelhante ousadia.
Naquela data, o conde Klaus von Stauffenberg colocou uma bomba numa pasta que transportava durante uma reunião do Alto Comando alemão no Covil do Lobo, na Prússia Oriental. O explosivo rebentou, mas o ditador salvou-se devido à protecção da mesa de reuniões.
Numa entrevista televisiva, o chanceler alemão sustentou que os que ousaram conspirar contra Hitler "constituem a prova de que, naquela época, "existia outra Alemanha, uma Alemanha boa, uma Alemanha democrática", sublinhando o seu "respeito e admiração" pelos homens e mulheres que formavam a resistência contra o regime nazi.
O fracasso do atentado acabou por constituir uma das maiores tragédias do século XX, uma vez que depois de 20 de Julho de 1944 e o fim da guerra (em Maio de 1945) continuaram a funcionar os fornos crematórios dos campos de concentração nazis, perderam a vida quatro milhões de alemães, um milhão e meio de soldados soviéticos e mais de 100 mil americanos e britânicos.
Seis décadas depois do atentado, uma exposição no Museu da Resistência Alemã recorda os heróis do "20 de Julho" com 50 retratos dos protagonistas e documentos históricos.
Segundo uma sondagem do Instituto de Allensbach, 54% da população alemã conhece a história do que se passou a 20 de Julho, mas na faixa etária entre os 16 e os 29 anos apenas 27% sabem que houve cerca de 200 oficiais superiores que se dispuseram a sacrificar as suas vidas para tentar eli- minar Hitler e pôr termo à guerra.
