Informática: Associação de Software Livre junta-se às celebrações do Dia dos Documentos Livres
Lisboa, 20 Mar (Lusa) - A Associação Nacional de Software Livre vai assinalar, a 26 de Março, o Dia dos Documentos Livres, uma data criada para celebrar, a nível global, "a libertação documental" e para promover o uso de programas informáticos de código aberto.
O convívio, promovido pela Associação Nacional de Software Livre, nos jardins da zona Norte do Parque Expo, em Lisboa, insere-se num conjunto de acções que terão lugar em vários pontos do mundo para comemorar o Dia dos Documentos Livres (Document Freedom Day), que foi iniciado e é apoiado por organizações e companhias como a Fundação do Software Livre - Europa, a Aliança do Formato do Documento Aberto, o Fórum Aberto - Europa, a IBM, a Red Hat e a Syn Microsystems.
A data "servirá de ponto global de reunião para a Libertação Documental e Standards Abertos" e funcionará como mais uma oportunidade para "levantar a bandeira" desta causa, afirma a Associação em comunicado.
De acordo com a Associação Nacional de Software Livre, além do convívio entre entusiastas dos formatos abertos, o encontro vai permitir esclarecer a curiosidade das pessoas que desejem saber mais, "quer por conversa quer pela distribuição de panfletos".
A propósito do dia, a Associação cita Marino Marcich, director-geral da Aliança do Formato do Documento Aberto, para quem "a libertação documental significa que será possível criar, trocar e preservar documentos electrónicos sem necessitar de comprar software de um fornecedor em particular".
Em Portugal, a 04 de Outubro de 2007 foi aprovada na Assembleia da República uma resolução que reconhece a liberdade de escolha dos cidadãos no acesso à sua documentação e em que este órgão de soberania se compromete a usar normas abertas para os documentos que publica.
Mas "o mesmo não se aplica aos cidadãos que queiram intervir no processo político, uma vez que as alterações aprovadas (propostas pelo PS, PSD e CDS-PP) implicam que os formatos do Office da Microsoft serão os únicos suportados por todos os deputados", critica a Associação Nacional de Software Livre.
Apesar de restrições deste género, "a distribuição de software livre está em crescimento em Portugal e na Europa", assegurou Rui Seabra, vice-presidente da Associação em entrevista à agência Lusa há cerca de um mês.
À data, Rui Seabra salientou que ainda há utilizadores que querem mudar de um formato proprietário para um formato livre "mas receiam que ocorra incompatibilidade entre ficheiros", ou seja, "têm medo de não poderem abrir ficheiros que recebem de outras pessoas ou que estas não consigam ver os que elas enviam".
Segundo o responsável, "a iniciativa de instalar e divulgar software livre parte, geralmente, de pessoas ligadas à informática mas vai-se estendendo a muitas outras", até porque "existem programas de software livre com menos erros e mais seguros do que os seus congéneres em formato proprietário".
"Para quem acede a contas bancárias através da Internet, o Mozilla Firefox, que é um software livre, é mais seguro do que o Internet Explorer, criado pela Microsoft", exemplificou o administrador de sistemas de 31 anos, que alertou ainda para o facto de, com os programas em formato proprietário, "as pessoas estarem a sofrer cada vez mais restrições nos seus próprios computadores".
Por oposição ao formato proprietário, o software livre assenta em quatro pilares definidos pelo norte-americano Richard M. Stallman no início dos anos 80: a liberdade de executar o software para qualquer uso, de estudar o funcionamento de um programa e adaptá-lo às necessidades próprias, de redistribuir cópias e ainda de melhorar o programa e tornar as modificações públicas para que a comunidade inteira beneficie dessa melhoria.
HSF.
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