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Os trabalhadores da Serralharia Livramento, em Frossos, Braga, cujo posto de trabalho encerrou sem qualquer explicação por parte do patrão, na passada segunda- feira, preencheram e entregaram, ontem, os papéis do subsídio de desemprego. Segundo o sindicato, o avanço deu-se depois da intervenção da Inspecção-Geral de Trabalho.
Desde o início da semana, altura em que os profissionais deram de caras com a empresa encerrada, o Sindicato dos Metalúrgicos de Braga e os 13 funcionários tentaram, em vão, chegar à fala com os elementos da administração.
Durante os seguintes dias permaneceram à porta do pavilhão, à espera de respostas. Só depois da denúncia à Inspecção-Geral de Trabalho, os despedidos tiveram acesso aos impressos, entregues durante a tarde de anteontem.
Salário e subsídio
De acordo com um dos trabalhadores, Fernando Martins, falta receber o último mês de salário e o subsídio de Natal, já sem contar com as indemnizações, que vão ser negociadas com o apoio do sindicato.
Ontem mesmo, durante a tarde, um grupo deslocou-se à sede da estrutura sindical para se aconselhar com o líder, Celestino Gonçalves.
"A empresa entrou com um pedido de insolvência e nós pretendemos, logo que saia a sentença, requerer o Fundo de Garantia Salarial, a pagar pela Segurança Social, que adianta 20% do valor da indemnização", revela.
Segundo os trabalhadores, a empresa começou a dar mostras de "problemas" quando houve uma transferência, à pressa, para umas instalações mais pequenas.
O encerramento, sem aviso prévio, acabou por acontecer, deixando várias pessoas "em desespero, sem saber como suportar as despesas de casa e carro", sublinha Fernando Martins. Desalento que ganha outra dimensão quando há a suspeita de que um dos filhos do patrão "se está a preparar para abrir uma nova serralharia em Semelhe, por trás da empresa Aguiar e Peixoto".