Musica: Ineditos de Amalia Rodrigues deverao ser editados antes do final do ano pela Som Livre/Valentim de Carvalho
Lisboa, 03 Jun (Lusa) - Um álbum inédito de Amália Rodrigues deverá ser editado antes do final do ano, disse hoje à Lusa o director-geral da Som Livre, José Serrão.
Sem especificar conteúdo e datas, o responsável precisou que este "álbum de inéditos" será editado com o selo Som Livre/Valentim de Carvalho (SL/VC), fruto do acordo de associação assinado pelas duas empresas em Março.
"Há ainda um outro álbum inédito de Amália e muitos temas que não conheceram a luz do dia. Como se sabe, Amália gostava de gravar, e gravou muito, por isso ainda há muitas coisas suas desconhecidas e que estão agora a ser encontradas", assinalou Serrão.
Sem dar pormenores, José Serrão referiu que, na calha da nova parceria SL/VC, poderá estar a integral do espectáculo no Olympia de Paris, na Primavera de 1956, de que a versão editada é apenas uma parte.
"Gravava-se em grandes bobinas e nem sempre sabemos tudo o que uma bobina contém. Neste momento na Valentim de Carvalho está a fazer-se a conferência das fichas de gravação de estúdio com as de produção, de modo a conhecer tudo o que há", explicou.
Entre os inéditos de Amália Rodrigues, falecida a 06 de Outubro de 1999, estará também o concerto da fadista na Aula Magna em 1983, aquando da actuação de António Variações, que fez a primeira parte do espectáculo.
"A segunda parte do espectáculo foi preenchida por Amália Rodrigues, por quem o cantor nutria uma grande admiração e amizade,razão pela qual a editora Valentim de Carvalho enviou um estúdio móvel e gravou o espectáculo", indicou à Lusa fonte da Valentim de Carvalho (VC).
Na opinião de José Serrão, o fundo de catálogo da VC "é ainda apetecível e guarda outras surpresas", sendo capaz de gerar "receitas interessantes", segundo estudos feitos pela Som Livre.
Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo, António Menano e Hermínia Silva são outros nomes citados por Serrão, como passíveis de ter "coisas desconhecidas e nunca editadas".
Para o responsável da Som Livre, "há sempre interesse em manter no mercado discos de artistas que até já não actuam, mas de que há memória".
Maria Clara é outro nome referido, de quem Serrão garante que, "se não se lembrarem bem do nome, reconhecem de imediato as canções".
"Vender entre 500 e 1000 discos de Maria Clara por ano é um valor interessante e deve haver discos seus disponíveis", observou.
A recuperação da parte mais antiga de catálogo é também justificada "pela apetência do mercado da world music em conhecer os antigos nomes".
Outro exemplo de "recuperação e dinamização" do catálogo da VC é a possível edição em CD do primeiro álbum dos GNR.
"Nunca foi editado em CD e poderá ser muito interessante, até pelo facto de ser um grupo que está aí e haver vontade de conhecer-lhe as origens", disse.
Para Serrão, o acordo de associação assinado entre as duas editoras "traz oportunidades de negócios para ambas as partes".
"É vantajoso para todos, e especialmente para a música portuguesa", sublinhou.
A edição de álbuns com o selo SL/VC "mais cuidada, que integre notas biográficas, de autores e até as letras" deverá começar a surgir no mercado nacional no Outono próximo.
A Valentim de Carvalho assinou este acordo de associação com a Som Livre, depois de não ter renovado o contrato que a unia à EMI Music há mais de 30 anos.
Segundo o acordo entre as duas empresas, a Som Livre vai passar a ssegurar os serviços de marketing, vendas e distribuição de artistas da VC, além da criação de uma etiqueta comum, a Anjo da Guarda, vocacionada para novos artistas nacionais, que sairá para o mercado na próxima semana.
NL.
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