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Aactriz brasileira Lucélia Santos, conhecida em Portugal pela famosa novela "Escrava Isaura", garantiu o financiamento para uma telenovela que conta uma história de amor entre uma brasileira e um chinês, que vai dos anos 30 aos dias de hoje. As gravações deverão arrancar em Março do próximo ano e, segundo as previsões da actriz à agência Lusa, no final de 2005, a novela já estará pronta. Lucélia Santos protagonizará a personagem principal feminina, na fase adulta. "Amor do outro lado do mar", a rodar na China e no Brasil, vai poder avançar, após seis longos anos de luta da actriz para convencer investidores como a brasileira Petrobras, com interesses na China, de "como é importante difundir o Brasil pela televisão". Lucélia disse que "a televisão populariza e isso facilita as relações comerciais, porque o Brasil vai ser visto, a cultura brasileira vai ser mostrada pela televisão". "Escrava Isaura" foi exibida na China, nos inícios da década de 80, e trouxe a fama à actriz no país. Lucélia contou ter conseguido fechar "tudo aqui (na China) com os patrocinadores brasileiros, durante a visita do presidente Lula". As cenas rodadas na China serão financiadas pela parte chinesa, que incluem o canal provincial Sichuan TV e a Televisão Central da China (CCTV). "Com a entrada da CCTV, a co-produção ficou muito ampliada, já que a estação tem uma audiência estimada de 800 milhões na China", comentou Lucélia, que desde os anos 90 visita o continente chinês anualmente e já realizou documentários sobre a China, em parceria com a Sichuan TV, que fez documentários sobre o Brasil para o público chinês. No Brasil, as televisões mostraram-se pouco receptivas à telenovela sino-brasileira, porque "os brasileiros estão pouco acostumados a ver televisão dobrada" e colocar legendas é uma hipótese colocada de lado, explica Lucélia. Na China, a telenovela, com elenco dos dois países, será dobrada, prática habitual no país. Segundo os produtores, a telenovela apresenta o melhor das paisagens naturais e arquitectónicas do Brasil e da China. O guionista chinês, Zhou Zhentian, confia que o público "vai gostar muito, porque os chineses gostam de ver histórias onde a vida das pessoas é periclitante."