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Acerca de dois meses da estreia mundial de "Star wars - Episódio III A vingança dos Sith", último capítulo da saga de George Lucas iniciada em 1977, já há centenas de fãs acampados à porta das salas de cinema nos Estados Unidos, e o fenómeno promete alastrar pelo mundo fora até ao "dia D" marcado para 19 de Maio.
Nem a relativa desilusão com que foram recebidos os dois primeiros filmes da nova trilogia de ficção científica - 16 anos depois de "O regresso de Jedi" - esfriou o clima de loucura em torno da conclusão daquela que é a mais lucrativa 'franchise' da história do cinema, e não será para menos.
Porventura o mais aguardado filme de todos os tempos, "A vingança dos Sith" vai finalmente revelar a transformação do maior dos heróis, Anakin Skywalker, no mais temível dos vilões, Darth Vader. A sedução do jovem Jedi pelo lado negro da "Força" é também a oportunidade de redenção do cineasta, acusado por muitos de ter corrompido a "pureza" dos primeiros filmes com efeitos digitais e argumentos desapontantes.
Pouco preocupado com a crítica especializada, Lucas revelou publicamente esta semana duas coisas "Fiz exactamente o filme que queria"; "fiz o melhor filme que consegui". Numa conferência da indústria recentemente realizada em Las Vegas, onde recebeu o Galactic Achievment Award, prémio criado propositadamente para si, o realizador prometeu um filme "diferente dos anteriores", dizendo mesmo que é "um 'Titanic' do espaço", mas "muito mais negro e muito mais violento".
Ainda assim, quem estiver à espera de uma orgia homicida de Darth Vader pela longínqua galáxia fora ficará desiludido. "Esta trilogia é sobre o pai, o homem que luta para se encontrar, e, ao mesmo tempo, cai na armadilha de fazer um pacto com o diabo, arrependendo-se para o resto da vida".
Também Ewan McGregor, a quem coube a responsabilidade de substituir o mítico Alec Guiness na pele de um jovem Obi-wan Kenobi, já veio dizer que este é "sem dúvida o melhor filme da nova trilogia". Depois de admitir publicamente ter ficado "desiludido" com os primeiros dois filmes, o actor e fã de longa data do universo "Star Wars" promete que "Episódio III" terá algumas das melhores cenas de luta da saga. De resto, o essencial da história é há já muito conhecida. Três anos depois do início do conflito, a Guerra dos Clones aproxima-se do fim, mas a República está condenada. O senador Palpatine proclama-se imperador, os Jedi são perseguidos e praticamente extintos; Yoda, a rainha Amidala (Natalie Portman) e os seus filhos dispersam-se por diversos planetas da galáxia; Obi-wan e Anakin (Hayden Christensen), mestre e aprendiz, envolvem-se num duelo até à morte, e o pouco que resta de Anakin tornar-se-á nesse híbrido homem-máquina que conhecemos por Darth Vader, o mais poderoso dos Lordes Sith.
Ao longo dos últimos meses, têm surgido na Internet diversos detalhes sobre o argumento do filme, mas a sua fiabilidade é duvidosa sabendo-se da capacidade da produtora LucasFilms em impedir fugas de informação e, simultaneamente, da tendência dos fãs para especular. Falou-se no aparecimento de Han Solo, novos 'droids', e até de Yoda com um ataque de flatulência a meio de um combate onde decapita um inimigo com o seu 'lightsaber'. Os rumores já foram refutados e, oficialmente, só foi confirmado o regresso de Chewbacca, novamente interpretado por Peter Mayhew, quase 30 anos volvidos sobre o primeiro filme. A LucasFilms garante que em "A vingança dos Sith" não aparecerá nenhum personagem novo.
Também a possibilidade de nova trilogia, com os episódios VII, VIII, e IX, parece posta de parte, mas o universo "Star Wars" ainda tem muito por onde crescer nos jogos de vídeo, literatura e animação. Para assinalar o 30º aniversário do primeiro filme, George Lucas prometeu para 2007 uma reedição dos seis filmes em formato 3-D. Quanto a "Episódio III", parece dado adquirido que será facilmente o filme mais lucrativo do ano. Ou não tivesse a "Força" do seu lado.