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As obras de requalificação do Bairro do Lagarteiro, em Campanhã, devem arrancar no final deste ano ou no início de 2009, adiantou o presidente da Câmara do Porto. Rui Rio falava após a cerimónia de assinatura do protocolo de requalificaçáo do Lagarteiro no âmbito do projecto "Bairros Críticos", do Ministério do Ambiente. O programa, que além da reabilitação dos prédios engloba uma série de projectos ligados à área social, tem um período de vigência que se prolonga até 2012.
O orçamento inicial é de 11 milhões de euros - três milhões da Câmara, três milhões do Ministério do Ambiente e o restante de fundos do Espaço Económico Europeu e de outras fontes. Nunes Correia, ministro do Ambiente, admitiu que o investimento possa vir a aumentar, de acordo com os projectos desenvolvidos.
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O Lagarteiro é o terceiro e último bairro intervencionado no âmbito do programa "Bairros Críticos", depois da Cova da Moura (Amadora) e Vale da Amoreira (Moita). Nunes Correia anunciou, contudo, que outras câmaras podem apresentar projectos para intervenções do género, no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).
A assinatura do protocolo para o Lagarteiro, ontem à tarde, pôs fim a cerca de dois anos de desentendimentos entre a Câmara do Porto e o Governo quanto aos contornos da intervenção num bairro com 1800 moradores, distribuídos por 13 blocos e 446 casas.
Rui Rio lembrou que a Câmara tem vindo a recuperar os bairros municipais e que o Lagarteiro também iria ser alvo de uma intervenção, mas numa fase posterior. O projecto governamental acabou por antecipar a requalificação. E, apesar da intervenção no edificado estar limitada às fachadas e às áreas comuns, o texto do protocolo admite que poderão ser feitas obras no interior das habitações, "sempre que tal se mostre necessário e não se encontre no âmbito do programa 'Casa como Nova' [da Câmara]".
Aos jornalistas, Rui Rio afirmou que não está prevista a demolição de qualquer bloco.
Fernando Amaral, presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, lamentou o facto da operação agora acordada ficar "aquém das expectativas", indicando como exemplo a exclusão da construção de um pavilhão para Desporto e Cultura. O autarca lembrou, contudo, que os responsáveis do projecto admitem que a "intervenção não ficará por aqui", ou seja, ainda pode haver incrementos ao que está definido por agora. Hugo Silva