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erca de quatro dezenas de crianças e bebés que frequentavam as aulas de natação nas Piscinas Municipais de S. João da Madeira viveram, anteontem, ao princípio da noite, momentos de pânico quando uma falha no fornecimento de energia eléctrica os deixou na escuridão e no meio da água.
Como as duas luzes de emergência existentes naquele espaço, instaladas nas portas de acesso às bancadas, não funcionaram, foi necessário recorrer aos telemóveis dos pais que, transformados em lanternas no momento, se revelaram uma mais valia, permitindo aos monitores e ao nadador-salvador avistar as crianças e retirá-las do tanque.
Alguns pais mostravam-se, no final, indignados com o incidente. E mais revoltados ficaram quando souberam que este é o terceiro episódio do género no espaço de uma semana.
Como se não bastasse, também as luzes de emergência dos balneários não funcionaram, obrigando, mais uma vez, ao recurso a telemóveis e até a uma vela.
A falha de energia eléctrica, que atingiu parte significativa da cidade, terá ocorrido pelas 19.30 horas. Nessa altura, decorriam, nas Piscinas Municipais, as aulas de natação para bebés, alguns com apenas cerca de seis meses, e também crianças entre os três e os cinco anos.
Estas eram acompanhadas por quatro monitores, um nadador-salvador da piscina e alguns pais que, por coincidência, naquele dia decidiram participar na aula, entrado para a água, para fazer companhia aos filhos.
"De repente, falhou a luz e os miúdos começaram a chorar e a gritar", contou, ao JN, uma testemunha do acontecimento, que não se quis identificar.
A mesma fonte adianta que os pais que se encontravam a assistir nas bancadas "vieram a correr com os telemóveis iluminar a zona do tanque".
"Foi uma preocupação enorme que se viveu, porque havia receio que alguma criança pudesse estar perdida no meio da água", acrescenta a mesma fonte.
Enquanto alguns pais iluminavam, com os telemóveis, o extenso tanque, os monitores e o nadador-salvador procuravam colocar rapidamente as crianças junto à berma da piscina, ao mesmo tempo que se verificava ansiosamente se existia mais alguma criança por recolher.
Alguns dos bebés mais pequenos preparavam-se também para entrar no tanque, mas o corte de energia eléctrica, momentos antes, fez com que os monitores impedissem atempadamente a sua entrada.
Já no passado dia 20 uma falha de energia eléctrica deixou aquele espaço sem iluminação, no preciso momento que decorriam aulas de natação. Também no dia seguinte, 21, alguns adultos foram confrontados com falha de energia eléctrica.
Fonte contactada pelo JN garante que, nessas alturas, as luzes de emergência não funcionaram. Uma versão que, no entanto, foi contrariada por fonte da autarquia. As únicas luzes de emergência que se encontravam em funcionamento situavam-se na zona de acesso às escadarias, fora do espaço do tanque.
Confrontada com a falha do sistema de iluminação de emergência, a Câmara Municipal informa que "os cortes de electricidade na cidade permitiram detectar a avaria e o problema já está solucionado".
Cidade ficou sem energia
As três recentes falhas no fornecimento de energia eléctrica provocaram uma onda de indignação entre a população da cidade de S. João da Madeira. Os moradores comentam as avarias, ao mesmo tempo que lamentam a frequência dos cortes e a demora na reposição do respectivo serviço. O primeiro corte ocorreu no passado dia 20 de Dezembro e durou cerca de duas horas. No dia seguinte, novo corte deixou grandes zonas habitacionais da cidade outra vez às escuras. Dessa vez, o fornecimento voltou meia hora depois.
Anteontem, nova falha no fornecimento. Em alguns locais, como Fundo de Vila, a energia faltou cerca de três horas. Fonte do Gabinete de Imprensa da EDP esclareceu, que, no primeiro caso, se tratou de um curto-circuito ocorrido num posto eléctrico. As falhas de energia ocorridas a 21 e 27 de Dezembro estarão relacionadas com um problema num cabo eléctrico subterrâneo que, apesar de ter sido reparado, voltou a registar problemas. A EDP está agora a verificar em pormenor a extensão do problema que terá afectado o referido cabo. A Câmara Municipal diz que tem "insistentemente" chamado a atenção da EDP para a necessidade de garantir a manutenção adequada da rede. "Estas situações trazem graves prejuízos a S. João da Madeira", acrescenta a Autarquia.