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Estado português, através dos ministros da Economia e da Agricultura, Manuel Pinho e Jaime Silva, vai oficializar o acordo com a Pescanova, para a construção da maior unidade mundial de produção de pregado (rodovalhos) em aquacultura, em Mira, já na próxima segunda-feira, em Lisboa, apurou o 'Jornal de Notícias'. Até ao final de Janeiro, a multinacional galega assinará um acordo também com a Câmara Municipal de Mira.
O Governo conseguiu ganhar a "corrida" a países como a Grécia e Marrocos e garantir um investimento de 200 milhões de euros. Em troca garantiu à Pescanova um pacote de apoios que ronda os 45 milhões de euros, 40 dos quais oriundos de subsídios directos dos ministérios da Economia e da Agricultura, e cinco milhões provenientes de créditos fiscais.
A unidade vai criar 286 postos de trabalho directos (prevendo-se que este número seja alargado aos 350 postos a longo prazo) e mais mil indirectos, entre engenheiros, biólogos, arquitectos, electricistas, mecânicos, guardas, vigilantes, administrativos, assistentes sociais, condutores e pessoal não qualificado. A produção anual deverá atingir as dez mil toneladas de pregado, 90% das quais destinadas à exportação.
Depois do projecto já ter sido declarado de interesse público para o concelho de Mira, permitindo assim a desafectação de 200 hectares de área florestal na zona Sul da Praia de Mira, o início da construção está previsto para Agosto. O complexo inclui um armazém de ração de peixe, edifício de compostagem, escritórios, oficina de manutenção, portaria, fábrica de rações de peixe, fábrica de embalagens, fábrica de transformação, tanques de cultivo, arruamentos e parque de estacionamento.
Embora o projecto seja bem recebido, o presidente do Sindicato Livre dos Pescadores, Joaquim Piló, receia que a unidade prejudique os recursos pesqueiros, através da poluiçãoprovocada pela alimentação artificial.
