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Asonda "Cassini-Huygens" tornou-se, ontem, o primeiro engenho colocado pelo Homem na órbita de Saturno, depois de uma travessia perfeita dos seus anéis e de ter extinguido os motores. "Resistimos à travessia entre os anéis F e G de Saturno, à velocidade de cerca de 70 mil quilómetros/hora", anunciou um dos engenheiros da missão conjunta da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA), provocando uma explosão de alegria no Laboratório de Propulsão a Jacto, em Pasadena, nos Estados Unidos.
A sequência final não foi mais do que uma sucessão de êxitos, que culminaram com a recepção do primeiro sinal rádio directamente transmitido pela sonda e captado na Terra às 5.30 horas portuguesas, exactamente a hora prevista.
Esse sinal demonstrou que a "Cassini-Huygens" está de boa saúde e prestes a iniciar a sua missão de quatro anos. A sonda concluiu, assim, uma travessia de 3,5 mil milhões de quilómetros, percorridos durante sete anos, depois do lançamento a partir de Cabo Canaveral, na Florida.
A missão, que durante quatro anos estudará o sexto planeta a contar do Sol e o segundo maior depois de Júpiter, representa o maior esforço técnico e científico realizado até agora conjuntamente pelos Estados Unidos e a Europa, sendo o seu custo estimado em 2,5 mil milhões de euros. Outro dos grandes objectivos da missão será Titã, a maior lua de Saturno, onde se conserva congelada a maior parte dos elementos químicos que precederam a vida na Terra.
A sonda "Cassini-Huygens" tem ainda programadas, para os próximos anos, 76 rotas em torno de Saturno, além de 52 passagens nas proximidades de sete luas, entre as 31 conhecidas e já identificadas daquele sistema.
Terra já recebeu fotografias
A sonda americano-europeia "Cassini-Huygens" já enviou algumas fotos dos anéis de Saturno, recebidas em Terra horas após ter entrado na órbita do planeta. As fotografias a preto e branco mostram segmentos dos anéis, explicaram os responsáveis do centro de controlo da missão no Laboratório de Propulsão a Jacto da Nasa, em Pasadena, na Califórnia. São as primeiras fotografias de uma série de imagens que, acreditam os cientistas, a sonda enviará durante os próximos quatro anos, a mais de 20 mil quilómetros de distância. As expectativas dos técnicos norte-americanos e europeus são as melhores, depois de ultrapassadas com sucesso as primeiras etapas da missão conjunta, iniciada há já sete anos.