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Bom Jesus tem já instalado infra-estruturas - tubagens enterradas - com uma extensão superior a dois quilómetros para telecomunicações, mas o projecto da videovigilância ficou, por enquanto, adiado. Isto, porque o sistema de vigilância a partir de câmaras espalhadas por toda a estância turística espera, ainda, a aprovação de uma candidatura ao abrigo do programa PITER. Até lá, o problema da segurança é feito com recurso ao posto da GNR do Sameiro e aos próprios serviços da Confraria. Um serviço que, presentemente, é considerado "insuficiente" para zelar por todo o vasto património edificado do Bom Jesus.
Numa altura em que o Bom Jesus atravessa uma fase de grandes investimentos privados, na ordem dos 7,3 milhões de euros, a que se junta, ainda, 800 mil de natureza pública, o padre Cândido Pedrosa fala na "urgente necessidade" daquele local turístico estar dotado de segurança e vigilância contra intrusos, em particular, no período nocturno.
"A preocupação principal tem a ver com o controlo nos acessos às matas e jardins do Bom Jesus, incluindo, ainda, todo o espaço envolvente ao Sameiro e à Falperra. Pretendemos, assim, disciplinar as pessoas na usufruição de um espaço que, por todos os efeitos, é privado e pertença da Confraria", disse.
Por outro lado, segundo o padre Cândido Pedrosa, a videovigilância no Bom Jesus visa, igualmente, "dar uma solução à vertente do aparcamento de viaturas", permitindo um melhor ordenamento e qualidade ambiental de toda a estância do Bom, no que concerne aos seus equipamentos lúdicos.
Nesta perspectiva, para este ano apenas está contemplado um sistema de vigilância da zona envolvente ao Hotel do Lago e a toda a área circunscrita à chamada "animação turístico-cultural", ou seja, o edifício do Salão de Chá/Colunata e a área sagrada do santuário.
De referir que a Confraria do Bom Jesus executou já, por sua conta, conforme observação feita pelo padre Cândido Pedrosa, parte da instalação do projecto, inseridas nos investimentos públicos, mas ainda sem as comparticipações financeiras protocoladas com o Instituto de Turismo Português.
Desde o passado dia 1 de Julho que duas patrulhas de bicicleta da GNR fazem vigia, diariamente, das estâncias turísticas do Bom Jesus e do Sameiro. Cada equipa, formada por dois militares, fazem, por dia, cerca de 30 quilómetros, pelas matas, jardins e estradas do chamado "monte sagrado" bracarense. Até 15 de Setembro, cada patrulha, afecta ao posto da GNR do Sameiro, tem uma vigilância de seis horas por dia, cada uma dividida por duas áreas distintas trajecto Sameiro/Bom Jesus e Bom Jesus/Nogueiró. A estes juntam-se, ainda, os piquetes diários da GNR do Sameiro (dia e noite), depois que, há dois anos, o Bom Jesus viu desactivado o posto militar local. Uma decisão que, na altura, não agradou aos responsáveis da Confraria do Bom Jesus, que, por sinal, sempre assumiram as despesas de manutenção daquele posto (água e luz e outros encargos), cujo edifício é propriedade daquela instituição religiosa.
