Maluda, falecida há dez anos, é uma pintora da geometria, da depuração e do silêncio, disse o historiador Jorge Rodrigues Batista, um dos autores da biografia e catálogo da obra da artista.
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O historiador de arte sublinha "a independência" da artista, "quer face às correntes estéticas vigentes, quer por nunca ter tido uma galeria que a representasse, por opção própria".
O álbum, também disponível na Internet em http://www.livro.maluda.eu/, intitula-se "Maluda" e reúne 500 ilustrações representando 90% da obra total da artista plástica, num total de 400 páginas.
"Trata-se de um catálogo raisonné na medida em que reúne praticamente toda a obra da artista, tem uma biografia, e um estudo quer da pintura quer da obra gráfica, identificando cada uma das obras", explicou o investigador.
O livro divide-se em três partes: uma biografia, a primeira da artista, feita pela sua amiga "desde os tempos de Lourenço Marques" Maria de Lourdes Simões Carvalho, um estudo iconográfico de Rodrigues Batista e outro sobre a obra gráfica, da autoria de Simão Dias.
Segundo o historiador, Maluda afirmava que ia ficar conhecida pelas janelas quando o seu principal objecto de pesquisa era a paisagem gráfica.
Rodrigues Batista afirmou à Lusa que "Maluda virá a afirmar-se e será reconhecida toda a sua obra, especialmente a obra gráfica e paisagem urbana, que são extraordinárias".
A pintora "foi ostracizada por causa de ser uma artista demasiado pop no sentido em que reconheciam de imediato a sua obra, que era tanto apreciada por eruditos como por pessoas menos entendidas".
Maluda - Maria de Lourdes Ribeiro -, nasceu a 15 de Novembro de 1934 em Pangim (Índia) e faleceu a 10 de Fevereiro de 1999.