Os caretos de Podence (Macedo de Cavaleiros) já são Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, juntando-se assim ao Fado, ao Cante Alentejano, ao fabrico de Chocalhos e aos Bonecos de Estremoz.
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10622016
A decisão foi anunciada, esta quinta-feira à tarde, após aprovação durante reunião da organização em Bogotá, na Colômbia.
A candidatura, designada "Festas de Inverno Carnaval de Podence", foi considerada "exemplar" pela UNESCO.
António Carneiro, o presidente da Associação dos Caretos de Podence , um dos grandes impulsionadores da tradição, disse ao JN que este reconhecimento " é uma mais-valia para toda a região do Nordeste Transmontano e para toda a identidade única que tem. A história dos caretos perde-se nos tempos, é uma tradição que passa de geração em geração".
"No fundo, é um reconhecimento de 40 anos, que andamos a fazer esta caminhada, com muitas dificuldades. Mas, finalmente conseguimos que esta tradição fosse reconhecida mundialmente ", acrescentou.
António Carneiro avalia esta classificação como um "grande contributo para que os naturais e os descendentes de Podence e de toda a região vejam isto de outra forma. Este reconhecimento acarreta também mais responsabilidade. Daqui para a frente estamos obrigados a um plano de salvaguarda que fazemos questão de cumprir". O responsável já havia anunciado que a ideia é a de ter na aldeia um espaço digno da tradição Podence e para todos os caretos da região transmontana e que, para concretizar este projecto foi convidado o arquiteto Souto de Moura. "Queremos agregar tudo o que são os rituais de inverno nesta região num memso espaço", especificou.
Foi em 1985, quase à beira da extinção, que o ritual do Entrudo Chocalheiro ganhou vida, quando se organizaram e transformaram o grupo numa associação cultural, com o objetivo principal de preservar estes eventos tradicionais.
Na aldeia de Podence, o carnaval, também designado por entrudo chocalheiro, é um dos eventos mais importantes do calendário anual.