"Mato Seco em Chamas" vence Grande Prémio do Festival Caminhos do Cinema Português
O filme "Mato Seco em Chamas", da portuguesa Joana Pimenta e do brasileiro Adirley Barbosa, é o vencedor do Grande Prémio Cidade de Coimbra do Festival Caminhos do Cinema Português, que encerra este sábado em Coimbra.
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"Mato Seco em Chamas" faz um retrato do Brasil a partir da periferia das cidades, tendo sido filmado em Ceilândia, num contexto político em que Lula da Silva estava preso e Jair Bolsonaro tinha acabado de ser eleito presidente.
"Um filme que se adentra no seio de uma comunidade forte. A sensualidade, a resistência e a chama da revolução ardem entre petróleo, música e corpos que próximos sugerem outros futuros. Um jogo híbrido que dissipa fronteiras e convoca uma estética distópica, a partir da qual se antecipa o utópico", justifica o júri da Seleção Caminhos, composto pelo ator Miguel Nunes, as atrizes Leonor Silveira e Sónia Balacó, o diretor do DocLisboa, Miguel Ribeiro, e o artista plástico José Maçãs de Carvalho.
Para além do Grande Prémio Cidade de Coimbra, "Mato Seco em Chamas" venceu também o prémio de Melhor Fotografia.
"Alma Viva", filme português candidato aos Óscares, é o mais premiado do Festival Caminhos do Cinema Português, com cinco distinções. O filme de Cristèle Alves Moreira venceu o Prémio D. Quijote da Federação Internacional de Cineclubes, a Melhor Realização, Melhor Argumento Original, Melhor Interpretação Secundária (para Ana Padrão) e o Prémio FSS Revelação, para Lua Michel. Foi ainda o filme mais votado pelo público.
"Fogo Fátuo", de João Pedro Rodrigues, venceu nas categorias de Melhor Guarda-Roupa, Melhor Direção Artística e Melhor Ficção. Com mais do que um prémio foram distinguidos a animação "Ice Merchants" (Melhor Som e Prémio Turismo do Centro de Melhor Animação) e "Aos Dezasseis" (Melhor Montagem e Melhor Cartaz).
Os prémios serão entregues na Sessão de Encerramento, este sábado na Sala D. Afonso Henriques do Convento de São Francisco, em Coimbra. Para além da entrega dos prémios, haverá um cineconcerto com o filme "Hipnotismo ao Domicílio" (1927) de Reinaldo Ferreira, pela banda conimbricense Victor Torpedo & The Pop Kids.
Premiados do Festival Caminhos do Cinema Português
Seleção Outros Olhares:
Melhor filme: Objetos de Luz (Acácio de Almeida e Maria Carré)
Menção Honrosa: Luana (Maria Simões e Tiago Melo Bento)
Seleção Ensaios:
Menção Honrosa Ensaio Internacional: The Midwife (Anne-Sophie Bailly)
Melhor Ensaio Internacional: Ventanas (Jhon Ciavaldini)
Menção Honrosa Ensaio Nacional de Animação: Rua do Caneiro (Leonor Faria Henriques)
Melhor Ensaio Nacional de Animação: A MAIOR GAIOLA DO MUNDO (Marta Ribeiro, Catarina Colaço)
Menção Honrosa Ensaio Nacional: No Fim do Mundo (Abraham Escobedo-Salas)
Melhor Ensaio Nacional: MISTIDA (Falcão nHAGA)
Imprensa:
Menção Honrosa: Às Vezes os Dias, Às vezes a Vida (Janine Gonçalves)
Prémio de Imprensa: Viagem ao Sol (Ansgar Schaffer e Susana de Sousa Dias)
Federação Internacional de Cineclubes:
Menção Honrosa: Garrano (David Doutel & Vasco Sá)
Prémio D. Quijote: Alma Viva (Cristèle Alves Meira)
Seleção Caminhos:
Melhor Som: Ed Trousseau (Ice Merchants)
Melhor Realização: Cristèle Alves Moreira (Alma Viva)
Melhor Montagem: Miguel da Santa (Aos Dezasseis)
Melhor Guarda-Roupa: Patrícia Dória (Fogo Fátuo)
Melhor Fotografia: Joana Pimenta (Mato Seco em Chamas)
Melhor Direção Artística: João Rui Guerra da Mata (Fogo Fátuo)
Melhor Cartaz: Tiago Carvalho (Aos Dezasseis)
Melhor Caracterização: Sofia Frazão (A Rapariga Imaterial)
Melhor Banda Sonora Original: Carlos Guerreiro e Manuel Riveiro (Os Demónios do Meu Avô)
Melhor Argumento Original: Cristéle Alves Meira e Laurent Lunetta (Alma Viva)
Melhor Interpretação Secundária: Ana Padrão (Alma Viva)
Melhor Interpretação Principal: Pedro Fasanaro (Deserto Particular)
Prémio FSS Revelação: Lua Michel (Alma Viva)
Prémio União de Freguesias de Coimbra Melhor Curta-Metragem: 2ª Pessoa (Rita Barbosa)
Prémio Turismo do Centro Melhor Animação: Ice Merchants (João Gonzalez)
Prémio Universidade de Coimbra Melhor Documentário: Atrás Dessas Paredes (Manuel Mozos)
Prémio Cidade de Coimbra Melhor Ficção: Fogo Fátuo (João Pedro Rodrigues)
Grande Prémio Cidade de Coimbra: Mato Seco em Chamas (Joana Pimenta e Adirley Barbosa)
Prémio do Público Crisótubos: Alma Viva (Seleção Caminhos), Cesária Évora (Outros Olhares), Midnight Glow (Ensaios)
