
Estrela do cinema europeu e americano teve longa carreira
AFP
O ator sueco Max Von Sydow morreu, aos 90 anos.
Mais recentemente reconhecido pelo papel de "Corvo dos três Olhos", em "A Guerra dos Tronos", o ator teve uma longa carreira nos cinemas europeu e americano.
"É com o coração partido e com infinita tristeza que anunciamos a partida de Max von Sydow em 8 de março de 2020", anunciou a produtora Catherine von Sydow, confirmando informações da revista francesa Paris Match.
O ator de quase dois metros de altura e olhos azuis penetrantes ficou conhecido por sua colaboração com o cineasta Ingmar Bergman, que o fez jogar uma partida de xadrez contra a Morte em "O sétimo selo", filme de 1957.
Foi com o realizador sueco que teve a colaboração mais longa, tendo entrado em mais de uma dezena de filmes, entre os quais "Luz de inverno" (1963) e "O amante" (1971).
Foi também o padre no filme de terror de culto "O exorcista", de William Friedkin (1973) e também entrou no primeiro filme da nova trilogia "Star Wars: O despertar da força". Outro papel que o fez entrar na mitologia popular, foi a sua incursão no universo "Flash Gordon" (1980), em que representou o malvado Imperador Ming.
Nascido em 1929 no seio de uma família de classe média-alta, de pai etnólogo e mãe professora, Max von Sydow estudou na Escola Real de Drama de Estocolmo para ser ator de teatro e fez teatro durante alguns anos, apesar de ter obtido o primeiro papel no cinema, ainda durante o curso, no filme "Bara en mor", de Alf Sjöberg.
Também participou em "Morangos silvestres" (1957), "O rosto" (1958) e "A hora do amor" (1971). A partir do final da década de 1960 deixou as fronteiras da Suécia e percorreu os quatro cantos do mundo.
Encarnou Jesus em "A maior história de todos os tempos" (1965), ao lado de Charlton Heston, e filmou "Havaí" (1966) com Julie Andrews.
No cinema, a carreira incluiu outros papéis como o artista Frederick em "Ana e as suas irmãs" (1986) o padre Lankester Merrin ou Jesus Cristo em "The Greatest Story Ever Told" (1965). E ficou também conhecido por vários papéis de vilão, sob a direção de David Lynch ("Duna"), Steven Spielberg ("Minority Report - A nova lei"), ou Martin Scorsese ("Ilha do medo").
Foi nomeado para o Oscar de melhor ator num filme de língua estrangeira pelo papel em "Pelle, o Conquistador" (1987) e no filme de Stephen Daldry, "Tão forte e tão perto" (2011).
Max von Sydow tinha nacionalidade francesa desde 2002 e vivia em França com a realizadora e produtora Catherine Brelet. Foi condecorado com a Ordem da Legião de Honra de França em 2011.
Em 2008, o ator esteve em Portugal, a convite do festival Fantasporto.
