O jovem, de 20 anos, que agrediu o ator Adérito Lopes, junto ao Teatro A Barraca, em Lisboa, foi constituído arguido, na última segunda-feira. No final das declarações prestadas ao Ministério Público (MP), o suspeito de integrar um grupo neonazi ficou apenas com o termo de identidade e residência como medida de coação.
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A confirmação chega por parte de José Gaspar Schwalbach, advogado do agressor confesso de Adérito Lopes. “Foi constituído arguido”, refere. O causídico evita mais declarações sobre um processo em segredo de justiça, mas o JN apurou que o jovem pediu ao MP, nos dias seguintes à agressão de 10 de junho, para ser ouvido e, na segunda-feira, deslocou-se à 11.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal, que investiga os crimes violentos e de ódio, para ser interrogado.
Perante a magistrada, o suspeito terá repetido a versão já apresentada publicamente: agrediu o ator, porque pensou ter sido insultado por este quando passava à porta do teatro, mas não tem qualquer ligação ao grupo neonazi com o qual almoçou.
Recorde-se que, numa entrevista dada após o ataque a Adérito Lopes, o jovem alegou que, no dia anterior à agressão, esteve a beber com uns amigos e acabou por ficar na casa de um deles. Este, continuou, convidou-o, já no dia seguinte, para um almoço no qual continuou a beber. O almoço, feito no 10 de junho, Dia de Portugal, reuniu dezenas de neonazis, mas o jovem refutou ter tido conhecimento prévio deste facto.
Mesmo assim, saiu do almoço na companhia de alguns extremistas, entre os quais dois relacionados com homicídios, para se deslocar para um jantar. E foi no trajeto que o ator Adérito Lopes foi agredido a murro.