
Os tumores malignos do ovário e do endométrio estão entre os dez cancros que mais atingem as mulheres em Portugal. A prevenção e a deteção precoce são fundamentais.
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Os cancros ginecológicos representam um desafio significativo para a saúde das mulheres em todo o mundo. Essas doenças afetam a saúde reprodutiva e geral das mulheres e podem ter impactos devastadores nas suas vidas. Em Portugal, tal como na Europa, os cancros do endométrio e do ovário estão entre os 10 cancros com maior incidência nas mulheres.
Estes cancros incluem momentos muito difíceis para as doentes: diagnósticos repentinos, cirurgias e tratamentos complexos e, muitas vezes, recidivas. Todos estes momentos durante a jornada da doença oncológica representam, não só enormes desafios físicos, mas também psicológicos e emocionais, que afetam as doentes e quem as rodeia.
O acompanhamento multidisciplinar (oncologia, ginecologia, psiquiatria, psicologia, nutrição, medicina integrativa, entre outros) destas doentes é crucial para que consigam manter uma maior qualidade de vida e saúde mental, enquanto lutam contra a doença.
As mulheres após a menopausa sofrem maior risco de cancro do endométrio, mas também atinge mulheres jovens.
Cancro do ovário
O termo cancro do ovário aplica-se a um grupo biologicamente e morfologicamente diverso de neoplasias malignas (tumores) que afetam o ovário. A maioria dos casos é diagnosticado em estadio avançado, uma vez que é uma patologia oncológica silenciosa, daí ser vulgarmente conhecido como “assassino silencioso”.
Efetivamente, mais de 2/3 dos casos são diagnosticados numa fase avançada, quando o prognóstico é mais reservado, uma vez que já apresenta metástases para outros órgãos.
Apesar das elevadas taxas de resposta à quimioterapia à base de platina, aproximadamente 85% das doentes de cancro do ovário vão ter uma recidiva no espaço de dois anos, indicam as estatísticas. Por isso os tratamentos que diminuiem a probabilidade de recidiva ou aumentam o tempo até que ela aconteça, são muito importantes.
Cancro do Endométrio
O cancro do endométrio é a neoplasia ginecológica mais frequente no nosso país, com 1401 casos anuais. A maioria dos casos (75-80%) são diagnosticados em estadios precoces, permitindo muitas vezes uma terapêutica curativa. Contudo, existem ainda cerca de 439 mortes anuais no nosso país por cancro do endométrio.
É uma doença que afeta predominantemente mulheres após a menopausa, embora possa ocorrer em mulheres mais jovens. O sintoma mais comum do cancro do endométrio é a hemorragia uterina anómala, podendo existir outros sintomas como dor pélvica, corrimento vaginal, entre outros. A hemorragia uterina em mulheres pós-menopáusicas é um importante sinal de alerta e deve desencadear uma investigação.
A consciencialização da população para os fatores de risco, sinais e sintomas e para a importância dos exames regulares são cruciais para a prevenção e deteção precoce.
Os autores do artigo não recebem qualquer honorário para colaborar nesta iniciativa.
Esta iniciativa é apoiada pela GSK, sendo os artigos integrados no projeto Ciência e Inovação da responsabilidade dos seus autores