
Hugo Miranda, do departamento de inovação da Adalberto
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Preservação do ambiente é uma das preocupações maiores da empresa Estamparia Adalberto.
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O desenvolvimento na indústria têxtil consegue-se com o cruzamento de vários saberes. César Lima, CEO da Estamparia Adalberto, não hesita em dizer que “o melhor que se pode fazer é conseguir cruzar várias engenharias. Se assim não fosse não teríamos desenvolvimento”.
É com esta junção de saberes, nomeadamente de engenharias química, têxtil, de materiais, mecânica e eletrónica, que a empresa tem “desenvolvimentos diários”, seja de uma cor ou de um estampado. Ou trabalhando num processo de tingimento com pigmentos naturais que consegue poupar 99% da água utilizada. Ou na produção de fibras através da “valorização de subprodutos” como resíduos de ananás, banana, laranja, soja ou menta. “Alguns ainda são produtos de nicho para clientes que procuram valor acrescentado”, nota o responsável da empresa que tem cerca de duas dezenas de engenheiros nos seus quadros.
A junção de conhecimento levou esta indústria a desenvolver uma peça de roupa recorrendo à inteligência artificial. “A peça é desenvolvida em 3D, o comportamento da malha foi digitalizado, é criado um avatar com as medidas pretendidas e testamos o que queremos mudar”, explica Hugo Miranda, engenheiro eletrónico e de telecomunicação, pós-graduado em engenharia têxtil, do departamento de inovação da Adalberto. “Não houve desperdício de nada”, nota César Lima, enquanto sublinha que, se não houvesse “conhecimento de várias engenharias, isto não aconteceria”.
Controlar tudo em tempo real
Segundo o responsável da estamparia, só a conjugação de “várias tecnologias” permite a inovação. De resto, atualmente, o objetivo é “sensorizar” todas as máquinas da fábrica para conseguir monitorizar o uso de energia, gás, água e vapor.
O desenvolvimento dos sensores foi desenvolvido internamente e já há máquinas onde está em funcionamento, de modo a conseguir controlar tudo em tempo real. “O objetivo é ter uma diminuição da energia consumida, da quantidade de água, de vapor e de gás, e ao mesmo tempo rastrear e trabalhar sobre os dados obtidos”, explica César Lima. “Tentamos estar sempre à frente no que diz respeito à preservação do ambiente”.

