
Desde 1920 que a força de cinco gerações de mulheres - Leonilde, Germana, Ermelinda, Leonor e Joana - faz da Casa Ermelinda de Freitas não só sinónimo de vinhos de grande qualidade, mas também de uma marca de excelência e reconhecida em Portugal e além-fronteiras.
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Este ano a Casa Ermelinda de Freitas completa 125 anos de sucessos e momentos desafiantes. Plantadas em solos de areias finas como as da praia e ricos em água, os 550 hectares de vinhas são refrescados pelas brisa dos rios que as rodeiam, contribuindo para um terroir único onde as castas Castelão e Fernão Pires dividem o trono com mais de 30 variedades que aqui encontram condições perfeitas para serem o que de melhor o destino lhes reserva.
A história recente da Ermelinda Freitas remonta à atual matriarca, Leonor Freitas, que decidiu tomar as rédeas da adega em Fernando Pó, Palmela, dando continuidade às memórias de infância após a morte do pai. Plantou novas vinhas e novas castas, construiu uma nova adega e correu mundo com os néctares da sua terra. Quando chegou à capital mundial do vinho, em Bordéus, percebeu que o mundo devia tratar o seu vinho como a joia que era e criou uma marca. A partir daí tornou-se imparável. Anualmente, a Casa Ermelinda Freitas comercializa cerca de 20 milhões de litros de vinho, todos com a mesma assinatura de qualidade e paixão, como o atestam os mais de 2.500 prémios nacionais e internacionais que os têm vindo a distinguir desde 1999.
Mas o brilho do sucesso não ofusca o que aprendeu com a família. Uma família simples, trabalhadora, honesta, que lhe passou valores morais e sociais que ainda hoje pautam a sua vida. Apesar das dificuldades que o setor dos vinhos atravessa, a Casa Ermelinda Freitas comprou todas as uvas que podia aos seus fornecedores, cumprindo o lema que inscrito na alma da sua casa à gerações: não fica uma cepa por vindimar, nem uma vindima por se fazer, e toda a uva tem de ser colhida.
O futuro adivinha-se risonho, assegurado por Joana Freitas, filha de Leonor e responsável pela estratégia de desenvolvimento da empresa. "Tem sido um privilégio ver a continuação do trabalho da família e o impulso que a minha mãe tem dado, sempre respeitando a tradição, mas tornando esta empresa numa organização moderna e dinâmica", refere. Leonor Freitas, presidente do conselho de direção, deixa a garantia: "na Casa Ermelinda Freitas não se investe para fazer mais, mas sim para produzir o melhor."
"Na Casa Ermelinda Freitas não se investe para fazer mais, mas sim para produzir o melhor."
Depois de Palmela a marca continua no Douro e no Minho
A Península de Setúbal é o seu berço, a quinta no Minho uma feliz oportunidade e a quinta no Douro um sonho alcançado. Esta incursão ao Norte da Casa Ermelinda Freitas, que até então era regional, transformou-a numa empresa de cariz nacional, unindo terroirs na divulgação dos vinhos de Portugal.
Até 2017, a Casa Ermelinda Freitas cresceu dentro da região de Palmela. Mas perseguindo o sonho antigo de ter "uma quintinha no Douro", Leonor acabou por expandir o negócio para duas regiões do Norte de Portugal: o Minho e o Douro. Encontrar uma quinta no Douro que fosse tradicional e tivesse potencial revelou-se uma tarefa difícil. As opções eram poucas e, na maioria dos casos, não eram economicamente viáveis. Estava quase a abandonar a ideia quando recebeu uma chamada com uma proposta de uma propriedade no Minho. Pensou: "já que não consigo comprar nada no Douro, tenho de ponderar. Não gosto de fechar as portas." Foram ver a quinta e perceberam que era uma oportunidade - tinha vinha e uma adega funcional. Leonor anda muito pelos mercados externos e sentiu que ter um Vinho Verde seria uma mais-valia. Mas Deus escreve direito por linhas tortas, e entre o acordo e a concretização do negócio no Minho, surgiu uma quinta perto de Foz Côa, com os socalcos tradicionais, "um verdadeiro Douro". "Sabíamos que era difícil rentabilizar. Mas achei que tinha direito à realização de um sonho", confessa Leonor.
Casa Ermelinda Freitas: sinónimo de sustentabilidade
É impossível não falar em sustentabilidade na Casa Ermelinda Freitas! Qualquer empresa responsável nos dias de hoje tem de ter como um dos seus principais objetivos a sustentabilidade.
Texto: Dra. Leonor Freitas
Será com o equilíbrio do planeta que continuaremos a trabalhar. A nossa primeira preocupação começa logo com a plantação da vinha e todos os tratamentos que fazemos, aplicando produtos amigos do ambiente. Na bordadura das parcelas de vinhas mantemos os refúgios existentes para conservar a biodiversidade. Além de poupar o ambiente, fauna e flora, também permite-nos ter uma uva mais estável e, por consequência, um produto final mais natural. Quando compramos uma máquina temos sempre a preocupação com os gastos de energia, de água, bem como a utilização dos produtos menos agressivos possível para o ambiente. Por exemplo, a desinfeção das máquinas é realizada com água quente e não quimicamente.
"Utilizamos os produtos amigos do ambiente, de modo a que possamos ver joaninhas a passear nas vinhas."
A nossa preocupação não é de agora, mas de sempre. Desde o início que temos uma ETAR a tratar as águas residuais. Na Casa Ermelinda Freitas 50% da energia elétrica é proveniente de painéis solares fotovoltaicos localizados no telhado do centro de vinificação, reduzindo a utilização de energias fósseis. Temos também uma grande preocupação com todos os materiais utilizados (cartão, vidro, plástico, rolhas, paletes, etc.), promovendo a reciclagem dos mesmos. Todas as rolhas são provenientes de uma produção cortiça natural, nacional e sustentável, respeitando simultaneamente o trabalho notável da natureza e a integridade plena deste material. Ao fazermos isto mantemos a sustentabilidade dos sobreiros e dos corticais que, para continuarem a crescer, necessitam que se vá retirando a cortiça. Todos os restantes materiais são reciclados. Temos um protocolo com o PONTO VERDE onde contribuímos com uma taxa para que seja feita essa reciclagem. Em todos os contrarrótulos e caixas existem as comunicações presentes através dos logotipos de ecoponto e reciclagem, de modo a incentivar os consumidores a reciclar.
A atividade à qual nos dedicamos tem uma ligação maior a práticas sustentáveis no médio e longo prazo. A nossa preocupação é, sempre que possível, utilizar métodos e processos sustentáveis.
Falar de sustentabilidade é uma responsabilidade. Ela foi o passado, é o presente e um grande futuro. Só poderemos ter um planeta saudável se todos tivermos noção e respeitarmos as medidas ambientais.
Dona Ermelinda faz parte da sua vida, seguem algumas sugestões: