
Citeve acolheu conferência que debateu os desafios da engenharia têxtil
José Carmo / Global Imagens
Há falta destes profissionais qualificados que podem ajudar a economia portuguesa a crescer mais.
Corpo do artigo
A importância dos engenheiros e das engenharias para o desenvolvimento da indústria têxtil e do vestuário portuguesa foi um dos aspetos focados na conferência “Reinventar o setor, construir um futuro sustentável” que decorreu, na quinta-feira, no Citeve, em Vila Nova de Famalicão, no âmbito do roteiro “A excelência da engenharia têxtil”, promovido pela Ordem dos Engenheiros da Região Norte.
“Os engenheiros têm um papel essencial naquilo que é a transformação da economia, inclusivamente da indústria transformadora, que vive da eficiência”, considerou Paulo Vaz, administrador da AEP. Uma ideia que mereceu a concordância de Braz Costa, diretor do Citeve-Centi, Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil de Portugal (ATP) e de Luís Almeida, professor catedrático jubilado que também participaram na conferência.
Os engenheiros são o “interface” para transformar tecnologia e “indutores” de diferenciação, acrescentou Vaz. Neste sentido, segundo Braz Costa, diretor do Citeve-Centi, é preciso “valorizar ainda mais a profissão” já que não há “engenheiros que cheguem”. Aliás, Isabel Furtado salientou a importância das ordens, no caso da Ordem dos Engenheiros, para o desempenho do “papel fundamental” de regulamentar e atestar quem está apto para exercer.
A necessidade de proteção do setor têxtil contra a “concorrência desleal” de países que não cumprem as mesmas regras de sustentabilidade e sociais foi um dos pontos destacados pelos conferencistas.
“É fundamental nivelar o terreno de jogo”, adiantou Jorge Machado, apontando que a indústria têxtil é um dos 14 setores estratégicos da economia europeia que quer construir uma “economia circular e mais sustentável”. Para isso, “temos de inventar novas tecnologias e novos processos e a engenharia terá uma grande palavra a dizer”.
Braz Costa notou que para combater esta competição é preciso “gente qualificada, desde empresários a operadores”. E o têxtil é “uma esponja de várias áreas do conhecimento, e das engenharias é uma esponja de várias”. Uma opinião corroborada por Luís Almeida que enalteceu o papel dos centros tecnológicos na qualificação.
Os conferencistas alertaram que a falta de mão de obra que se faz sentir ao nível da confeção é um problema que pode agravar-se no futuro. “Na confeção, ainda há um mundo para fazer em relação à robotização”, afirmou o presidente da ATP corroborado por Paulo Vaz que notou que o setor pode ser de “talento intensivo”.
Para o responsável pelo Citeve-Centi os próximos anos passam pela robotização da confeção “deixando para as pessoas aquilo em que são insubstituíveis”.

