
A arte está nas ruas — e também nos pratos. O festival Imaginarius regressa a Santa Maria da Feira de 22 a 25 de maio, com menus de autor em oito restaurantes locais sob o mote “Progresso”.
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É certo que o Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua transforma Santa Maria da Feira num palco vibrante a céu aberto. Mas há outra forma de entrar na narrativa: à mesa, com os Sabores Imaginarius. A iniciativa regressa este ano para dar a provar o que de melhor se faz na gastronomia local — criativa, sustentável, com identidade. E tudo pensado sob o mote de 2025: o Progresso.
Onze anos depois da sua estreia, o projeto volta a desafiar os restaurantes do concelho a desenharem menus de autor para os quatro dias do festival, entre 22 e 25 de maio. Esta experiência integra-se na estratégia que, desde 2014, pretende valorizar o território através dos seus sabores e saberes — reforçada em 2021, quando Santa Maria da Feira foi reconhecida como Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO. Uma distinção que implica responsabilidade: proteger a identidade, inovar com propósito e promover práticas sustentáveis ligadas ao território.
Oito restaurantes da Feira servem menus de autor durante o Imaginarius, com sabores locais inspirados no tema “Progresso”.
Cozinha com raízes e visão de futuro
Não se trata apenas de pôr pratos bonitos na mesa. Cada restaurante participante — oito no total — compromete-se com um conjunto de exigências que vão desde o uso de produtos sazonais e locais, ao respeito por técnicas tradicionais e à apresentação cuidada, mantendo coerência com o espírito do festival. A criatividade é essencial, mas nunca desligada da origem. O projeto valoriza o que se faz com o que é nosso — técnicas, sabores, saber-fazer artesanal — com uma roupagem autoral e contemporânea.
Participam este ano:
- <a href="https://www.instagram.com/aboticadebaco" target="_blank" rel="noopener">A Botica de Baco</a>
- <a href="https://www.instagram.com/botekosmf" target="_blank" rel="noopener">Boteko</a>
- <a href="https://www.instagram.com/cervejarianorte" target="_blank" rel="noopener">Cervejaria Norte</a>
- <a href="https://www.instagram.com/dolive.restaurante" target="_blank" rel="noopener">D’Olive</a>
- <a href="https://www.instagram.com/dejavu_restaurantebar" target="_blank" rel="noopener">Déjà Vu</a>
- <a href="https://www.instagram.com/feitoria.smf" target="_blank" rel="noopener">Feitoria</a>
- <a href="https://www.jimbras.com/" target="_blank" rel="noopener">Jimbras</a>
- <a href="https://www.instagram.com/osvinte_restaurante" target="_blank" rel="noopener">Os Vinte</a>
Pratos que contam histórias
Cada um apresentará menus completos — entrada, prato principal e sobremesa — criados especialmente para o evento. As propostas foram avaliadas com base em seis critérios: sustentabilidade, qualidade dos ingredientes, criatividade, apresentação, ligação ao tema do festival e conexão à paisagem gastronómica de Santa Maria da Feira.
Há pratos que homenageiam os ingredientes da época — como cogumelos, espargos, enchidos, ervas aromáticas — e outros que exploram o vinho da região, o fumeiro tradicional ou até a doçaria conventual, em interpretações modernas. Há quem aposte na cozinha de fusão e quem recupere memórias familiares. E é essa liberdade criativa com base na terra que torna os Sabores Imaginarius tão únicos.
O cruzamento entre arte performativa e arte culinária tem vindo a afirmar-se como uma das marcas do festival. O que é servido à mesa complementa o que se vê nas ruas. E, em muitos casos, o impacto vai além dos quatro dias: muitos dos pratos permanecem nas ementas dos restaurantes, ganhando vida própria e tornando-se clássicos com ADN local.
Com o selo da UNESCO, Santa Maria da Feira cruza cultura, território e gastronomia como poucas cidades no país conseguem fazer.
Um festival para todos os sentidos
O público já reconhece o valor desta componente gastronómica: há apetite para experiências completas, que combinem cultura, memória, sabor e propósito. E é exatamente isso que os Sabores Imaginarius oferecem — não como adereço, mas como parte integrante de um evento que há muito deixou de ser apenas um festival de teatro de rua.
Com a criatividade como bandeira e o território como ingrediente principal, Santa Maria da Feira volta a mostrar que a gastronomia pode — e deve — ser expressão cultural viva. O “Progresso”, afinal, também se prova.


