Vida é a palavra que define os vinhos da Casa Ermelinda de Freitas. Leonor dedicou a sua ao sonho do pai e em 2024 vai estar ainda mais presente na nossa.
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A Casa Ermelinda de Freitas já é há muitos anos um nome conhecido, que partilha mesa com muitos portugueses. O que pouca gente conhece é o caminho percorrido por Leonor de Freitas que prova ser verdade que até ao lavar dos cestos é mesmo vindima. A agora presidente do Conselho de Direção da Casa Ermelinda de Freitas era técnica superior do Ministério da Saúde até que, depois da morte do seu pai, por amor ao próprio e à terra resolve assumir os destinos desta aventura vinícola. “Não fui capaz de vender o negócio da família, devido a todo o amor e afeto que tinha”, confessa Leonor.
Até 1992 a então Adega localizada em Setúbal vendia todo o seu vinho a granel. Mas tudo mudou com uma viagem a Bordéus, onde Leonor percebeu o negócio que estava a desperdiçar. Num local onde, segundo a própria, “o vinho era tratado como uma joia”, Leonor aceitou que “não estava a valorizar o suficiente a empresa que tinha”, e investiu “o que tinha e o que não tinha” para fazer da Casa Ermelinda de Freitas uma referência. Novas vinhas, novas castas, uma nova adega, criar novas marcas de vinho. A Casa Ermelinda de Freitas mudou e o mundo também.
2024 traz novos membros à família
Os vinhos mais populares da Casa Ermelinda de Freitas são, pois claro, os Dona Ermelinda. A marca principal da produtora homenageia Ermelinda do Rosário Pires Freitas, parte da terceira geração de mulheres da empresa. Os vinhos são mais clássicos, com castas típicas da região de vinhas velhas, mas que podem ser conjugados com castas internacionais se o entendimento for de que isso irá melhorar os lotes. Dentro da marca temos o Dona Ermelinda Tinto (ideal para pratos de carne, bacalhau e queijos), o Dona Ermelinda Branco e o Dona Ermelinda Branco Reserva (excelentes para peixe, saladas, massas e carnes brancas), o Dona Ermelinda Tinto Reserva (combina com carnes, carnes vermelhas, pratos de caça, queijos, queijos de pasta mole e queijos fortes) e o Dona Ermelinda Grande Reserva - este último um vinho único e raro no mercado, feito das melhores uvas das melhores vinhas nos melhores terroirs.
“Investi o que tinha e não tinha, uma verdadeira opção de vida que só é possível com uma grande paixão por aquilo que fazemos” - Leonor Freitas
Mas em 2024 chegam novos membros à família. E são cinco. O Bocage, um vinho irreverente como o próprio, jovem e intenso. O Vinho do Torrão Grande Escolha Branco, um vinho branco de topo, encorpado e cheio de sabor. O Dona Ermelinda Garrafeira, um vinho único, de qualidade rara, feito para um ano especial (2017). E por fim, o Quinta de Canivães Douro DOC e Douro DOC Reserva. Estes vinhos são a expressão pura das terras quentes do Douro, com destaque para ser também o primeiro vinho Reserva da Quinta de Canivães - intenso, gordo, concentrado, como os grandes vinhos do Douro.
O melhor ano de sempre
A Casa Ermelinda de Freitas não estranha prémios: já são mais de 2.000 prémios a nível nacional e internacional desde 1999. Ainda assim, 2024 também aí ganha destaque, com este a ser o melhor ano de sempre para a empresa.
Mas não só. As vindimas começaram mais cedo do que o habitual, já em princípios de agosto, e o resultado… promete. A quantidade de brancos e tintos apresenta-se menos do que no ano passado, mas em contrapartida é um ano de alta qualidade. “Os vinhos que temos prontos são vinhos de altíssimo craveiro, como há anos não se via”, revela Leonor Freitas. Cá estaremos para (com)provar.
Este ano está a ser o melhor ano de sempre no que toca a distinções e prémios;
Apesar de ser o melhor ano de sempre no que toca a distinções, o mercado vinícola Português esta a passar um momento difícil em termos comerciais, devido ao excesso de uvas bem como à diminuição de consumo. Apesar de todas estas dificuldades, a Casa Ermelinda Freitas ajudou os produtores da região, bem como de outras regiões.
Temos um papel de responsabilidade social na nossa região que é assumido comprando todas as uvas aos pequenos produtores (cerca de 150 produtores), que não possuem adega e que ao longo de mais de 50 anos nos vendem as suas uvas. A Casa Ermelinda Freitas assume que é nestes momentos difíceis que temos de nos ajudar, e defende que enquanto poder não deixará ficar um cacho de uvas por comprar. Pois a qualidade da região é demasiado boa para ser abandonada, e quem trabalha a terra como estes produtores merecem todo o nosso carinho. Sempre foi o meu lema que nos momentos difíceis que temos de estar presentes, lutar, acreditar, ajudar, ao que eu chamo arredondar os espinhos da rosa pois acredito que ela vai florir, mas depois também tenho a humildade que pode voltar a ter espinhos.
Acredito muito no sector, na região, no trabalho de todos na Casa Ermelinda Freitas e um grande agradecimento aos consumidores que me têm ajudado a adquirir os vinhos da Casa Ermelinda Freitas, é assim que vamos ultrapassando os momentos difíceis.


