
A cirurgia robótica é uma técnica de abordagem cirúrgica que concilia técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia, com a utilização de um dispositivo robotizado. Em Urologia, assume-se como a técnica cirúrgica de referência no tratamento de várias patologias. Conheça as vantagens e mitos associados.
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A cirurgia robótica permite melhorar as vantagens já conhecidas da cirurgia laparoscópica, nomeadamente por proporcionar menos dor no pós-operatório, recuperação e retorno rápido às atividades diárias e profissionais, menor risco de hérnias/infecções das feridas operatórias e cicatrizes de menores dimensões. O sistema robótico permite reproduzir em tempo real os movimentos da mão do cirurgião, possibilitando deste modo realizar todo o procedimento com maior detalhe cirúrgico e maior segurança para o doente, ultrapassando assim as principais dificuldades da cirurgia laparoscópica.
Cirurgia robótica no Hospital Lusíadas do Porto
O Hospital Lusíadas Porto é o primeiro hospital em Portugal a disponibilizar o Versius®, um sistema robótico de última geração que proporciona uma maior amplitude e precisão de movimentos e uma visão de alta definição. Este robot foi projetado para ser mais compacto, flexível e manobrável, possibilitando a sua utilização em diferentes salas do hospital. Os principais procedimentos realizados na Urologia destinam-se aos tratamentos do cancro da próstata e hiperplasia benigna da próstata, cancro da bexiga, cancro do rim/urotélio, síndrome de junção e patologia da supra-renal.
Ao implementar a cirurgia robótica, as unidades hospitalares e as equipas médicas proporcionam aos doentes períodos de recuperação mais rápidos, o que permite voltar às atividades diárias mais cedo do que com os métodos cirúrgicos tradicionais, reduzindo os custos pós-operatórios.
Factos e mitos
Um dos principais erros sobre a cirurgia robótica é a ideia que o robot realiza a cirurgia de forma autónoma, substituindo completamente o cirurgião. A tecnologia cirúrgica robótica não se consegue movimentar sozinha e o cirurgião assume sempre o controlo de todas as decisões e movimentos. Além disso, existem mecanismos de segurança para garantir que o robot não se move sem que o cirurgião o controle.
Por outro lado, a cirurgia robótica reduz o risco de certas complicações, devendo ser ressalvado que ainda assim são possíveis, dependendo sempre os resultados funcionais da experiência do cirurgião.
Outra das ideias preconcebidas mais comuns é que uma cirurgia aberta é a melhor abordagem porque o cirurgião tem uma visão direta da área cirúrgica. No entanto, através da técnica de cirurgia robótica, o cirurgião tem uma definição de imagem superior com visualização 3D em tempo real, que lhe permite uma maior precisão dos movimentos, com redução do tremor fisiológico, assim como uma melhoria na capacidade de disseção e identificação das estruturas anatómicas.
Uma tecnologia que veio para ficar
A cirurgia robótica é amplamente utilizada em todo o mundo há mais de duas décadas. Na Urologia é considerada o gold standard no tratamento de várias patologias oncológicas, nomeadamente no cancro da próstata. Além disso, as novas tecnologias continuam a evoluir, com o aparecimento de novos sistemas robotizados e desenvolvimentos constantes nesta área.
E se o fator custo-benefício nesta tecnologia poderia inibir o investimento, com os avanços tecnológicos e aumento do número de centros cirúrgicos que oferecem essa opção, os custos tornaram-se mais acessíveis. Ao implementar esta tecnologia inovadora, as unidades hospitalares e as equipas médicas proporcionam aos doentes períodos de recuperação mais rápidos, o que permite voltar às atividades diárias mais cedo do que com os métodos cirúrgicos tradicionais, reduzindo os custos pós-operatórios.
Luís Osório, Coordenador Centro Cirurgia Robótica
Hospital Lusíadas Porto