
Município minhoto volta a organizar, este mês, o evento histórico com várias atividades em cartaz. A juntar à época festiva estão os lugares de sempre que encantam os visitantes.
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Agosto é um mês associado a férias, sol, calor, praia e – pelo Minho e por todo o norte do país – às Festas em Honra da Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo. Este ano, o evento acontece entre os dias 14 e 22 deste mês, tendo sido mais uma vez estendido para nove dias, de modo a que a sua extensa e eclética programação possa ser calmamente apreciada pelos inúmeros visitantes que se esperam vindos de vários lugares. Na romaria d’Agonia, como também são designadas estas festas populares, a afluência costuma ser superior a um milhão de pessoas em cada edição, o que faz dela a maior de Portugal.
Tradição ancestral
A Nossa Senhora da Agonia é a padroeira dos pescadores do município de Viana do Castelo e a devoção à mesma começou em 1674. O nome “Agonia” foi concedido devido às intensas batalhas que os pescadores daquela zona tinham de travar para sobreviver no mar revolto e perigoso. Enquanto isso sucedia, as suas famílias ficavam em terra a orar a Nossa Senhora para que lhes desse a sua bênção e os trouxesse de volta com vida e, de preferência, ilesos.
A verdadeira devoção surgiu, porém, em 1751, quando a imagem da santa entrou na capela do Bom Jesus do Santo Sepulcro, o que fez aumentar o número de promessas e ofertas, mantendo-se até hoje como padroeira dos pescadores. A igreja dedicada à Senhora da Agonia começou a ser construída em 1774 e, nove anos após, a Sagrada Congregação dos Ritos concedeu licença para que, todos os verões, pudesse ser celebrada, naquele local, a 20 de agosto, uma missa solene – dia em que Viana vive um feriado municipal.
As Festas em Honra da Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, realizam-se este ano entre os dias 14 e 22 de agosto. Como sempre, a tradição, a música e o convívio serão as notas dominantes.
Festas de e para o povo
Hoje, mais do que uma questão de fé, a época que assinala estas festividades é um momento único para os vianenses, representando uma oportunidade para darem a conhecer aos forasteiros a sua cidade e a cultura nela enraizada. É sobretudo o espólio histórico, cultural e social de Viana que se encontra exposto durante os dias das festas. É também nele que reside não só grande parte do sentimento de pertença das pessoas para com a sua terra, como o trabalho árduo dessa mesma gente para que o certame aconteça.
Uma das marcas distintivas a destacar prende-se com o traje à vianesa, reconhecido como “marca” em Portugal e no estrangeiro pelo colorido e originalidade das suas peças. Durante as Festas da Agonia, estas vestimentas vão estar em evidência, por exemplo, no Desfile da Mordomia (dia 16, às 16h00) onde às vestes vianenses se junta o ouro materializado numa exuberante joalharia em desfile pelas ruas da cidade.
A isto se acrescentam gigantones, zés pereiras, um cortejo etnográfico (às 16h00 de dia 17 de agosto), tapetes floridos e de sal (dia 20, de manhã) e um fabuloso fogo de artifício sobre o rio Lima (dia 18, às 24h00). As festas encerram com um concerto no dia 22, mas Viana do Castelo, essa, permanece encantadora. Desde o seu mar e o seu rio, passando pela Praça da República no centro da cidade, ao monte de Santa Luzia, onde se ergue o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, há muito por onde se encantar e divertir.


