
A endometriose é uma doença crónica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Apesar de subdiagnosticada, é uma das principais causas de dor pélvica e infertilidade.
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Esta condição é marcada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, afetando principalmente órgãos como ovários, trompas de falópio, bexiga e intestinos, podendo, em casos raros, surgir em locais como os pulmões. Este tecido reage ao estrogénio da mesma forma que o endométrio, resultando em inflamação e dor intensa, especialmente durante a menstruação. Essa condição é frequentemente associada a dificuldades na conceção, sendo uma das principais causas de infertilidade feminina.
A causa exata da endometriose é desconhecida, mas fatores hormonais, genéticos e imunológicos desempenham um papel importante. Os primeiros sintomas costumam incluir dor intensa associada à menstruação (dismenorreia), dor pélvica crónica e desconforto durante as relações sexuais. Em estágios mais avançados, podem ocorrer dores ao urinar ou defecar, especialmente durante a menstruação. A natureza subtil de algumas manifestações contribui para o diagnóstico tardio.
O diagnóstico é realizado através de uma avaliação detalhada da história clínica e mediante exames ginecológicos. Por outro lado, ferramentas de imagem, como a ecografia transvaginal e a ressonância magnética, são também essenciais para identificar e mapear as lesões endometrióticas, permitindo uma abordagem terapêutica mais eficaz.
O tratamento deve ser individualizado, levando em conta os sintomas, a gravidade da doença e os planos de gravidez. As opções incluem medicamentos anti-inflamatórios e terapias hormonais, além de cirurgia para remover lesões quando os tratamentos mais conservadores não são suficientes. Intervenções cirúrgicas visam aliviar a dor e aumentar as chances de uma gravidez. Estratégias complementares, como acupuntura, fisioterapia pélvica e mudanças na dieta, podem também ajudar no alívio dos sintomas, proporcionando um tratamento mais holístico.
A endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva e impacta significativamente a qualidade de vida, com a dor crónica e a infertilidade a afetar o bem-estar físico, mental e social das mulheres. É fundamental que as pacientes saibam que não estão sozinhas e que, com o acompanhamento adequado, é possível gerir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
A colaboração entre especialistas é crucial para um tratamento eficaz. Equipas multidisciplinares, compostas por ginecologistas, cirurgiões e profissionais de saúde mental, oferecem uma abordagem personalizada e abrangente.