Na última partida oficial de Ronaldo com a "amarelinha", a selecção de Mano Menezes mais uma vez não empolgou os adeptos, que ainda vão sentir muita falta do maior goleador da história dos Campeonatos do Mundo. Recorde alguns dos melhores momentos do "Fenómeno"
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A selecção brasileira costuma entrar nos jogos particulares com a numeração tradicional, do um ao onze. Mas, na madrugada de terça para quarta-feira, entrou sem o nove. O maior goleador da história dos Campeonatos do Mundo e "dono" por direito do famoso número estava no balneário, com os filhos, quando o árbitro argentino apitou o início do jogo entre Brasil e Roménia.
Na primeira meia-hora, adeptos e jornalistas não tiraram os olhos do telão, que mostrava o último aquecimento de um "Fenómeno" descontraído e acima do peso. A espera pelos últimos lances de Ronaldo com a camisola verde e amarela parecia não ter fim. Quando entrou no lugar do avançado Fred, autor do único golo dos brasileiros (21 m), Ronaldo fez o "Pacaembu" redefinir o sentido de catarse colectiva.
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Foram 15 minutos de reverência no Pacaembu, que só não lotou devido às fortes chuvas que assolaram São Paulo, a um dos maiores craques que já vestiram a "amarelinha".
Os seus colegas, sempre que chegavam próximo da área, buscavam uma assistência para o avançado fenomenal. Ronaldo teve três oportunidades. Numa delas, isolou. Nas outras duas, o guarda-redes romeno defendeu os remates de maneira "criminosa".
Ronaldo, que não é apenas um ídolo do futebol brasileiro e sim um ídolo do desporto mundial, não precisava marcar. Quando foi necessário, como na final do Campeonato do Mundo de 2002, o Fenómeno sempre correspondeu. Mas a festa e a despedida mereciam um último grito de golo e a tradicional comemoração com o dedo indicador levantado.
No intervalo, todos os jogadores fizeram um corredor para aplaudir e reverenciar o agora ex-futebolista, que rumava ao balneário. Antes disso, Ronaldo ainda teve tempo de agradecer aos fãs e de falar das oportunidades desperdiçadas. "Tive três oportunidades de golo, o que seria uma pequena retribuição de tudo o que vocês fizeram por mim", disse o avançado, sem perder a boa disposição.
"Obrigado por tudo, por me aceitarem do jeito que sou, por chorar quando eu chorei, sorrir quando sorri... Agradeço do fundo do meu coração por todo o apoio que vocês me deram", acrescentou. Para tristeza dos adeptos do futebol arte, Ronaldo terminou o discurso de despedida com um "até breve" só que dessa vez "fora dos relvados".
Na segunda parte, por mais que os jogadores mostrassem empenho e vontade de lutar por um lugar no onze, até pelo facto de o treinador Mano Menezes ter colocado em campo uma equipa com jogadores que não são titulares absolutos, a partida não empolgou. O Brasil ainda teve algumas oportunidades para ampliar, mas o particular terminou mesmo com a vitória simples do "escrete".
A actual selecção ainda não convenceu. Talvez seja pela falta de um certo camisola nove que se nos velhos tempos, teria marcado os três golos nas três chances que teve e o Brasil teria vencido a Roménia por 4-0.