O Brasil lançará um satélite próprio até 2014, um projecto que terá investimento de 716 milhões de reais (287 milhões de euros), segundo o calendário do programa aprovado na quinta-feira pela Presidente Dilma Rousseff.
Corpo do artigo
Ainda não está decidido se o satélite será comprado já pronto no exterior ou montado no Brasil. Por questões de prazo, porém, o governo deverá optar pela primeira alternativa - se não lançar o equipamento até ao fim de 2014, o país pode perder a posição orbital reservada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
O principal uso do satélite geoestacionário será na área de telecomunicações. No entanto, entre 15 e 20 por cento de sua capacidade será direccionada para uma frequência a ser operada pelas Forças Armadas.
"As Forças Armadas precisam ter seu próprio sistema de comunicações, para que não fiquem na dependência de outros países", afirmou a Dilma.
Um segundo satélite deverá ser lançado a partir de 2018 e será destinado, especialmente, para pesquisas meteorológicas. Esse projecto prevê que parte do equipamento seja feita no Brasil, a fim de desenvolver tecnologia no sector.
Os planos para o satélite foram revelados na cerimónia de lançamento do projecto que cria incentivos para aumentar a competitividade da indústria brasileira de defesa.
"Em função da extensão do nosso território e do tamanho de nossas riquezas, o sector de defesa é imprescindível para a manutenção de nossas soberanias", disse a presidente.
Segundo Dilma Rousseff, o fomento à inovação e à competitividade na indústria militar abrirá caminho para o desenvolvimento de tecnologias de domínio nacional.
O projecto assinado na quinta-feira institui regras especiais para compra e contratação de produtos e sistemas de defesa para o país, além de reduzir impostos de empresas do setor.
Segundo um levantamento divulgado pelo Ministério da Defesa, 186 empresas deverão beneficiar do novo regime, incluindo gigantes como Avibras, Embraer, Helibras, Inbra e Odebrecht Defesa.
A expectativa do plano é a de duplicar o número de empregos ligados ao sector em dez ano. Actualmente, a indústria bélica é responsável por 25 mil postos de trabalho direitos e 100 mil indirectos.