O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim é o novo ministro brasileiro da Defesa, após Nelson Jobim entregar uma carta de demissão à Presidente Dilma Rousseff.
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Nelson Jobim, que estava no Amazonas, antecipou o seu retorno a Brasília para se reunir com a presidente Dilma Rousseff. Segundo a revista Veja, a carta foi entregue por volta das 20:00 locais (meia-noite em Portugal continental).
Uma semana depois de dizer que havia votado no candidato da oposição nas últimas eleições, Jobim se complicou com a divulgação de trechos de uma entrevista que deu há cerca de um mês à revista Piauí.
Jobim declarou que o Governo está a fazer "muita trapalhada" na discussão sobre o fim do sigilo eterno de documentos considerados ultra secretos.
Além disso, Jobim afirmou que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, "é muito fraquinha" e que a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, "nem sequer conhece Brasília".
Jobim havia dito que as declarações foram tiradas do contexto.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ao ler a reportagem, Dilma Rousseff decidiu tirá-lo do Governo e, por telefone, disse-lhe: "Ou você pede para sair ou saio com você".
Mesmo antes de o afastamento de Jobim ser oficialmente declarado, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Candido Vaccarezza, deu referiu-se em declarações a Jobim como "ex-ministro". Os jornais especularam o nome do sucessor durante todo o dia.
Em Bogotá, antes do anúncio oficial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o trabalho de Jobim, que assumiu o Ministério em seu Governo.
No entanto, Lula comparou o caso a uma partida de futebol e disse que "até o Pelé, se não estiver jogando bem, o técnico tira".