A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, agradeceu a colaboração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que pediu demissão no domingo, e nomeou um substituto interino para o cargo, segundo um comunicado divulgado à imprensa.
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"A presidente agradece a colaboração, o empenho e a dedicação do ministro Lupi ao longo do seu governo e tem a certeza de que ele continuará dando a sua contribuição ao país", diz o comunicado emitido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
De acordo com a nota, a partir de segunda-feira, o cargo será ocupado interinamente pelo secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Paulo Roberto dos Santos Pinto.
Lupi apresentou no domingo o seu pedido de demissão à presidente, com "carácter irrevogável", após a sua permanência no Governo tornar-se insustentável devido a uma série de denúncias de irregularidades na pasta que comandava.
No comunicado em que anunciou o pedido, o agora ex-ministro disse que decidiu deixar o Governo devido à "perseguição política e pessoal" da comunicação social e à divulgação do parecer da Comissão de Ética da Presidência da República que recomendou sua exoneração.
"Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence", disse Lupi.
A crise no Ministério do Trabalho começou no início de Novembro, com uma reportagem da revista Veja que acusava assessores da pasta de cobrar "luvas" de organizações não-governamentais (ONG) sob suspeita.
Uma semana depois, Lupi foi acusado de ter viajado, em 2009, num avião pago por um empresário que administrava algumas dessas ONG.
Com a ausência de novas notícias por alguns dias, acreditou-se que a presidente conseguiria atingir seu objectivo de manter Lupi no cargo até Janeiro, quando deverá ser feita uma reforma ministerial.
Porém, na semana passada, o ministro sofreu novos golpes. Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo denunciou que Lupi havia acumulado dois cargos públicos, um no Rio de Janeiro e outro em Brasília, simultaneamente, entre 2000 e 2005, o que é ilegal.
Na última quarta-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu recomendar à presidente que exonerasse o ministro do Trabalho, por considerar que ele havia dado explicações insuficientes às acusações.
Lupi foi o sétimo ministro a entregar o cargo desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu o Governo, em janeiro. Seis das demissões foram motivadas por denúncias.