A decisão de manter o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no cargo cabe apenas à Presidente Dilma Rousseff, disse, esta quarta-feira, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho.
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Segundo o jornal Folha de São Paulo, Carvalho lembrou que o Brasil não é um país parlamentarista e reforçou que quem toma esse tipo de decisão é a Presidente.
O político rebateu, assim, as notícias de que alguns membros do Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Lupi, estariam a defender a saída do ministro do cargo.
A crise no Ministério do Trabalho começou no início do mês, quando uma reportagem da revista Veja denunciou que funcionários da pasta estariam a cobrar "luvas" a organizações não governamentais (ONG) suspeitas de desvio de recursos.
Posteriormente, o ministro Carlos Lupi foi acusado de ter viajado num avião pago pelo director de uma dessas ONG.
Após o escândalo, alguns políticos do PDT começaram a dizer publicamente que o ministro deveria deixar a pasta, para se defender das acusações.
A imprensa brasileira, porém, tem destacado que esta retirada de confiança é motivada pelo medo de o partido perder o comando do Ministério do Trabalho na reforma ministerial que se prevê que aconteça em janeiro.
Carvalho assinalou hoje que "não há nenhuma posição formal" do PDT contra Lupi, bem como nenhuma ameaça de o partido deixar de apoiar o governo.
Na noite de terça-feira, o comando do PDT reuniu-se para declarar apoio a Lupi. No entanto, segundo o jornal Valor Económico, ainda não há unanimidade - alguns parlamentares do partido insistem na saída do ministro.
Na manhã de hoje, o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, admitiu que a direcção nacional do partido deverá ser convocada para discutir a situação.