Polícia apreende 69 espingardas em três dias de ocupação de favelas do Rio de Janeiro
A polícia do Rio de Janeiro apreendeu 69 espingardas desde domingo, data da ocupação das favelas da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu, revela um balanço divulgado, esta terça-feira, pela Secretaria da Segurança Pública do Estado.
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Só esta terça-feira, denúncias de moradores permitiram duas grandes apreensões de armamento, noticiou a imprensa brasileira. Numa localidade conhecida como Roupa Suja, na Rocinha, foram localizadas nove espingardas e uma carabina.
Pouco depois, num local chamado de 199, foram encontradas mais 16 espingardas, uma metralhadora, duas espingardas calibre 12, duas pistolas 9 mm, nove granadas e 123 carregadores para espingarda.
Informações obtidas pelos serviços de inteligência permitiram à polícia encontrar, na noite de segunda-feira, um vasto arsenal de armas e munições enterradas na Rocinha. Outra operação numa área de mata levou à apreensão de dois mísseis anti-tanque e duas bazucas.
A ocupação das comunidades é o primeiro passo para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no local. A operação realizada no último domingo foi executada sem confrontos, três dias após a prisão do barão do tráfico da Rocinha, o traficante António Bonfim Lopes, o "Nem".
O secretário da Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, voltou a defender hoje o benefício da delação premiada para "Nem". Este mecanismo da Justiça permite a redução de pena para quem colabore com a polícia trocando informações sobre o tráfico de drogas e a corrupção policial.
Com a ocupação das favelas pela polícia, serão retomadas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, que incluem ações de urbanização e construção de equipamentos públicos, como infantários.
No total, até 2014, a comunidade deverá receber 756 milhões de reais (315 milhões de euros) em obras.