Sindicato dos Jornalistas brasileiros culpa TV Bandeirantes pela morte de repórter
O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro culpabilizou a TV Bandeirantes pela morte do repórter cinematográfico Gelson Domingos, de 46 anos, acontecida hoje (dia 6). O operador de câmara foi atingido no peito por um tiro de fuzil durante a cobertura de uma operação do BOPE contra o tráfico de drogas na favela de Antares, na zona oeste do Rio de Janeiro.
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Gelson Domingos usava colete à prova de balas, mas o projéctil transpôs a protecção. Para a presidente do sindicato de jornalistas, Suzana Blass, a morte do cinegrafista foi uma desgraça anunciada, porque os coletes dados pelas empresas de comunicação não suportam tiros de fuzil e que por isso o sindicato pode recorrer à Justiça para obrigar a TV Bandeirantes a amparar a família de Domingos.
Segundo a Suzana Blass, "o colete é uma maquilhagem. Os coletes não dão segurança para o profissional porque não protegem contra tiros de fuzil, a arma mais usada pelos bandidos e também pela polícia do Rio de Janeiro. E as emissoras só dão o colete porque a convenção colectiva de trabalha estabeleceu que o equipamento é obrigatório em coberturas de risco".
O sindicato dos jornalistas já pediu para que as empresas de comunicação façam um seguro diferenciado para as reportagens de risco.
Gelson Domingos e seu parceiro, o repórter Paulo Garritano ganharam, no ano passado, menção honrosa na 32ª edição do Prémio Vladimir Herzog de Amnistia e Direitos Humanos, na categoria TV Documentário, com a série sobre pistolagem no Nordeste.