Verão promete perto de 20 grandes eventos musicais. A bola está do lado da covid-19.
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As interrogações com que se chega a 2022, no que diz respeito aos espetáculos que poderão passar pelos palcos portugueses, em pouco diferem do contexto de 2021. Haverá mais cansaço com a situação pandémica. Menos ilusões em relação a um regresso expedito e integral à realidade dos eventos musicais que se conhecia antes da covid-19. Adaptação progressiva a um cenário de agendas de espetáculos que podem ser alteradas até ao último instante, com a consequente aquisição mais tardia de bilhetes que, por sua vez, reforça a incerteza de resultados para promotores e artistas. E, claro, a expectativa de que o novo ano possibilite, sem jogar à roleta russa com a saúde, o retorno das digressões e dos eventos em grande escala.
Verão antecipado
Os reis - indesejados - dos cancelamentos são os festivais de música não-erudita. Sobretudo aqueles que acontecem no verão.
A temporada madruga. Primeiro com o JN North Festival, entre 26 e 28 de maio (ver caixa), depois com o Nos Primavera Sound, que inundará o Parque da Cidade, no Porto, com música dos Tame Impala, Gorillaz, Nick Cave and the Bad Seeds e Pavement, entre outros. De 9 a 12 de junho.
Quem deverá chegar ao Parque da Bela Vista literalmente com o período estival é o Rock in Rio Lisboa. De 18 a 26 de junho, o festival anuncia um menu variado, com Foo Fighters e Duran Duran, Post Malone, Ney Matogrosso.
julho a sul
Os meses de maior azáfama são os habituais julho e agosto. A procissão começa com sabor metálico graças ao VOA - Heavy Rock Festival. Pelo Estádio Nacional, em Oeiras, a 30 junho e 1 de julho, passam lendas ruidosas como Megadeth, Mastodon e Kreator.
Não muito longe, na Ericeira, o Sumol Summer Fest trilha outros caminhos a 1 e 2 de julho, entre o hip-hop e a diáspora caribenha: Burna Boy, Trippie Redd, Eixo Norte-Sul, etc.
É ainda pelos arredores de Lisboa que em julho decorrem dois híbridos, entre o festival e o ciclo de concertos: o EDPCoolJazz, de 2 a 30 em Cascais, traz John Legend, Miguel Araújo, Diana Krall; os Jardins do Marquês, em Oeiras, concentram esforços entre 1 e 10, com The Beach Boys e Gregory Porter no cartaz.
O primeiro peso-pesado chega entre 6 e 9, com um Nos Alive que anuncia, para o Passeio Marítimo de Algés, os cabeças de cartaz The Strokes, Florence + The Machine, Metallica e Imagine Dragons. Na semana seguinte, de 14 a 16, no Meco, outro histórico: o Super Bock Super Rock aposta em nomes como A$ap Rocky, Brockhampton e Foals.
O Norte é contemplado a partir de 15 de julho, com os três dias do Meo Marés Vivas em Vila Nova de Gaia. O cartaz tem para já Bryan Adams como nome maior. O mês conclui-se com o Summer Opening, de extração lusa, no Funchal (15 a 23, com Bispo, Capicua, Julinho KSD) e a 22.ª edição do Festival Músicas do Mundo em Sines, de 22 a 30, ainda sem nomes anunciados.
o mês minhoto
Agosto tem outra distribuição geográfica. O Meo Sudoeste dá o tiro de partida entre 2 e 6 na Zambujeira do Mar, desconhecendo-se quem por lá vai atuar. A 10 começará mais um Neopop, o 15.º, um paraíso da eletrónica em Viana do Castelo que terá, por exemplo, The Blessed Madonna, Honey Dijon e Nina Kraviz. Até dia 13. Ali perto, na Praia da Duna dos Caldeirões, em Âncora, troca-se o tecno pelo rock sujo para o Sonic Blast; ataca de 11 a 13 e traz Electric Wizard, Weedeater, Pentagram. E de 12 a 15, a localidade de Cem Soldos, em Tomar, volta ter Bons Sons, com nomes a revelar.
Na segunda quinzena, as atenções centram-se às portas da Galiza, com festivais para públicos distintos mas fieis. O Vodafone Paredes de Coura está prestes a chegar aos 30 anos e traz Pixies, Idles e The Comet Is Coming, entre muitos outros. De 16 a 20. Decano luso destes certames, o agora denominado EDP Vilar de Mouros viaja, entre 25 e 27, sobretudo até aos anos 1980 e 90, com Placebo, Limp Bizkit, Bauhaus e Suede.
Se a situação epidemiológica permitir, a saga do verão 2022 termina entre 1 e 3 de setembro com uma estreia: o Kalorama Lisboa, no Parque da Bela Vista, promete Arctic Monkeys, The Chemical Brothers e Kraftwerk.
Parceria
Três dias de música virada a Norte
É um prenúncio de verão. Um verão com marca do Norte. Entre 26 e 28 de maio são conhecidos os resultados da parceria entre o "Jornal de Notícias" e o North Music Festival. Tudo acontece na Alfândega do Porto, espaço que o JN North Festival dividirá em vários palcos - principal, sunset e clubbing - a que se juntam concertos em barcos. O cartaz, em construção, inclui para já Ornatos Violeta, Linda Martini, Paraguaii, Zen, Paus e Pedro da Linha, todos alinhados para o dia 26. Os ingressos para os três dias valem 90 euros.