O terceiro álbum do cantor português foi o seu primeiro num país livre. “Liberdade”, icónico single de abertura, um marco do pós-revolução.
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Há exatamente 50 anos, a esta data, a 13 de outubro de 1974, Sérgio Godinho, um dos mais aclamados cantores, compositores, trovadores portugueses, lançava o álbum “À queima roupa”. Era o 3º trabalho do autor e o primeiro editado num país livre, depois da Revolução dos Cravos que ocorrera seis meses antes. Do disco histórico, saíram temas icónicos como “Liberdade”, “Etelvina”, entre outros, bem conhecidos dos portugueses.
Do álbum, escrito num tom incontornavelmente politizado, onde o amor também ganha espaço nas letras, faz parte o tema “Liberdade”, faixa de abertura e um verdadeiro hino do pós-Revolução do 25 de Abril. Com um ritmo rock, a sua voz e forma de cantar tão características, Godinho falava da “paz, pão, habitação, saúde e educação”, e cantava: “Vivemos tantos anos a falar pela calada; Só se pode querer tudo quando não se teve nada; Só quer a vida cheia quem teve a vida parada”. Logo as primeiras letras refletiam como os portugueses se sentiam então, “com o peso do passado e da semente”: resumindo a história de tantos, a dele próprio. Até então, Godinho tinha estado em França durante anos, nos Países Baixos e também no Canadá, onde recebeu a notícia do fim do Estado Novo.