Começou a contagem decrescente para o festival com a chegada de três viaturas com o material de palco ao Parque da Bela Vista.
Corpo do artigo
Cinco motas, um carro da PSP e buzinadelas ruidosas: foi com escolta, a dar nas vistas, que os três camiões articulados que transportaram material de palco do Rock in Rio Lisboa chegaram esta quinta-feira ao local do evento, no Parque da Bela Vista, perto das 12 horas. Roberta Medina, diretora do festival de música, veio com a comitiva e, à espera, tinha dois grupos de artistas que vão atuar em junho: os Xutos & Pontapés e os HMB.
Todos juntos, brindaram com champanhe ao reencontro, a 100 dias de começarem os espetáculos, depois de dois anos de adiamentos por causa da covid-19, com a empresária brasileira a usar, por diversas vezes, a palavra "saudade", "dos camiões e das montagens". "Simbolizam a retoma da indústria. É a hora do reencontro. O Rock in Rio é o grande evento do país no calendário anual, é a abertura de verão e vai marcar a possibilidade de estarmos juntos de novo."
Para Roberta Medina, o regresso, depois da pandemia, "traz um gostinho maior". "Cada momento e cada conquista passam a ser valorizados de uma forma muito diferente. O que era a rotina hoje passou a ser uma conquista."
Para Tim, vocalista dos Xutos & Pontapés, o momento da chegada dos camiões faz de imediato lembrar a letra "a carga pronta e metida nos contentores". "É mesmo hoje, chegaram os camiões, vão começar as montagens. Nunca tinha vindo neste dia e é muito engraçado e emocionante ver a dimensão disto sem pessoas", refere. "Já chega de pandemia. Vamos ver se corre tudo bem, foram dois anos para esquecer, para toda a malta que trabalha no meio, mas espero que isto seja um bom augúrio para o que vem aí." Nos últimos dois anos, os Xutos tiveram de se reinventar. "Usámos as plataformas online e demos alguns concertos. Somos velhas carcaças e as coisas passaram por nós de uma forma diferente da malta mais nova."
De volta ao Rock in Rio estão, também, os HMB. O grupo de Héber Marques mostra entusiasmo. "Chegar aqui e sermos recebidos de braços abertos pela Roberta e com champanhe é sinal que nos querem fazer sentir em casa", afirma o vocalista. "A relação já é longa. Estivemos aqui e no Brasil e é uma honra incrível voltar." O grupo mudou com a covid-19: "Todos nós passámos por transformações internas. A versão dos HMB aqui será diferente, porque nós somos pessoas diferentes. Mas temos a mesma fome".
O Rock in Rio Lisboa realiza-se a 18, 19, 25 e 26 de junho e tem como cabeças de cartaz Foo Fighters, Black Eyed Peas, Duran Duran, Xutos & Pontapés, Post Malone e HMB.