Jazz que ajuda. Uma caça às bruxas no teatro. Um estranho casamento. Um ator que é um mistério. E uma remistura que é um glorioso fartar, vilanagem.
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O saxofonista tenor Joshua Redman inventou uma canção num surdo estado de alerta chamada "Facts". A banda está à altura da excelência do líder e da suave tensão da peça: Ron Miles em corneta, Scott Colley no contrabaixo e Brian Blade na bateria. Um quarteto telepático e um tema que a integra uma compilação de beneficência com um título autoexplicativo: "Relief: A benefit for the Jazz Foundation of America's Musicians' Emergency Fund", onde também se escuta Herbie Hancock, Cécile McLorin Salvant, Charles Lloyd.
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Publicada em 1959, a peça de teatro "O crime da Aldeia Velha", de Bernardo Sanrtareno, já teve várias vidas. Ao palco chegou pela primeira vez no ano em que o texto se revelou, através do Teatro Experimental do Porto. Cinco anos depois atravessava territórios rumo ao cinema, numa realização de Manuel Guimarães e com Clara d"Ovar, Alma Flora e Lídia Franco nos papéis principais. Os acontecimentos aqui narrados são verídicos e tiveram lugar na década de 1930, perto de Marco de Canaveses. Num caldo terrível de uma violência sem nome, um grupo de beatas da aldeia titular assassina Joana, jovem bela e muito disputada, queimando-a viva. Joana fora o pretexto para um confronto mortal entre dois pretendentes, tomando as beatas esse acontecimento como um sinal de que a rapariga tinha o diabo no corpo. A nova versão d'"O crime da Aldeia Velha" é levada pela Seiva Trupe à cena no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, de hoje até domingo. Uma produção com mais de 40 pessoas e em que Joana é interpretada por Linda Rodrigues.
No site "Gawker", Rosa Lyster argumenta, e bem, que a relação entre a mais conhecida criação do escritor John le Carré, George Smiley, e a respetiva esposa, Ann, é das mais estranhas no mundo da ficção. E pouco analisada. E ajuda a corrigir a situação.
A revista britânica de cinema "Sight and Sound" chegou este mês às bancas com um visual bastante refrescado e atraente, com o seu quê de modernismo inspirado na década de 1970. No site, recupera-se um artigo de Manhola Dargis publicado em 1995 sobre o enigma chamado Nicolas Cage.
E já que se está em maré de visita a outras décadas, termine-se nos anos 1980. O quinteto britânico Age of Chance brilhou durante alguns anos como uma espécie de pioneiros do cruzamento do indie-rock com a eletrónica dançável. No seu não muito abundante legado destaca-se a anárquica, e porventura a melhor, versão de "Kiss" de Prince. Versão que, quase de imediato, deu origem a uma gloriosa remistura (melhor, transfiguração) tão repleta de samples não autorizados que jamais teve edição comercial. Ele é Bruce Springsteen, MC5, Run-D.M.C. Felizmente, com os YouTubes desta vida, nada se esquece, nada se perde. Aproveitem "Kisspower":
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