A batalha de Val Kilmer contra o cancro e uma última presença nos grandes ecrãs
"Morreu de pneumonia", foi com esta frase que Mercedes Kilmer, filha de Val Kilmer, anunciou ao "The New York Times" e ao mundo, a morte do seu pai.
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Val Kilmer morreu aos 65 anos, de pneumonia. No entanto, aquele que deu vida a icónicos papéis como Tom "Iceman" Kazanski ou Jim Morrinson enfrentava um cancro na garganta desde 2014.
O tratamento do cancro englobou quimioterapia, radioterapia e intervenções cirúrgicas. Apesar dos esforços intensivos, o estado de saúde do ator não melhorou de forma significativa. Em 2015, foi submetido a uma traqueostomia – um procedimento cirúrgico em que é aberto um orifício na traqueia e colocado um tubo para permitir a ventilação para os pulmões, uma vez que o canal normal para respirar, a garganta, se encontra obstruído pelo tumor.
A traqueostomia afetou as cordas vocais, deixando a voz de Kilmer completamente diferente. Num ator, que tem na voz grande parte da sua identidade, é uma mudança avassaladora que traz entraves. "Top Gun: Maverick", de 2022, contou com a última participação do ator no grande ecrã, enquanto Tom Kazansky, antagonista da personagem principal, interpretada por Tom Cruise. Na impossibilidade de falar, a aparição de Val Kilmer foi muda – comunicou com Maverick via mensagens, evitando qualquer diálogo falado.
Além do já referido “Top Gun”, Kilmer entrou em filmes como "Batman Forever", “Heat”, ou ainda “The Doors”, onde deu vida e voz a Jim Morrison. O ator tinha uma reputação intimidante entre os seus colegas pela sua intensidade – diziam que era difícil trabalhar com ele. Em 2020, lançou um livro de memórias, "I’m Your Huckelberry", que não tem edição em português.