Décima terceira edição do festival de música eletrónica, que dura até domingo em Braga, marca a saída de Luís Fernandes da direção artística. Há mais de 20 espetáculos para ver e ouvir, com o Japão em evidência.
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A música eletrónica e a arte digital são, já se sabe, as duas bases que desde sempre suportaram o crescimento do Semibreve, o festival criado em 2011, em Braga, que foi ganhando corpo e que, por estes dias, permite fazer da cidade bracarense a “capital da música eletrónica” – como os organizadores gostam de dizer.
Esta 13ª. edição tem uma ligação forte ao mundo cinematográfico, traz vários artistas do Japão e marca a despedida do diretor Luís Fernandes.
O arranque é com um concerto de Clarice Jansen, esta quinta-feira, no alto do Bom Jesus, o festival tem na sexta-feira o primeiro de três dias de programação intensa, com mais de 20 propostas, entre espetáculos, conversas, instalações e workshops.
Um dos pontos altos acontece sexta à noite, às 22.50 horas, no Theatro Circo, onde o japonês Ryûsuke Hamaguchi, realizador de “Drive my car”, que venceu o Oscar para Melhor Filme Internacional em 2022, vai juntar-se à compositora e multi-instrumentista nipónica Eiko Ishibashi para a estreia nacional do filme-concerto “Gift”.
Esse “cruzamento muito forte entre o cinema e a música”, como diz Luís Fernandes, estará também em evidência no espetáculo dos japoneses Tujiko Noriko e Joji Koyama no sábado (21.30 horas) e dos franceses Kassel Jaeger e Eléonore Huisse no domingo (17 horas), ambos no Theatro Circo.
Propostas arrojadas
“Sendo um festival focado no que é novo e em propostas arrojadas, mantemos a política de não repetir projetos e de não cair no facilitismo, porque essa é a génese do Semibreve”, explicou ao JN Luís Fernandes. O programador assume que esta edição do festival – que ajudou a fundar – será especial por ser a última que dirige, depois de ter assumido recentemente a direção do Theatro Circo, que acumula com a liderança do gnration.
“O Semibreve é quase como um filho para mim. Obviamente, continuarei a acompanhá-lo de perto”, garante.
Com as atividades sobretudo centradas na sala principal do Theatro Circo e do gnration, mantém-se também a aposta noutros locais da cidade, havendo este ano a integração do auditório de São Frutuoso.
É lá que hoje acontecerão dois concertos, um com a bracarense Inês Malheiro (17 horas) e outro com o norte-americano Nexcyia (18 horas).
“O percurso da Inês é quase como um fruto que o Semibreve colhe após estes 13 anos de trabalho, porque é uma artista local, muito jovem, que foi crescendo paralelamente ao festival”, congratula-se Luís Fernandes.
Emeralds, Kali Malone, Anja Lauvdal, DJ Lynce, Mumdance, Loraine James, Maya Shenfeld + Pedro Maia e Nkisi e são outros nomes para ver e ouvir em Braga.