Festival Meo Sudoeste, que decorre entre 1 e 5 de agosto, abriu as portas a milhares de campistas que, de tenda às costas, esperam ansiosos pela a abertura do recinto principal para uma semana repleta de concertos.
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O calor do Alentejo convida a passear pelas planícies calmas e estradas de longas retas. A típica Zambujeira do Mar, em Odemira, tem cerca de mil habitantes, mas, no querido mês de agosto, o grande recinto de um dos maiores festivais de verão toma conta da paisagem com milhares de campistas de tendas às costas, em fila, como se um só um destino tomasse conta da suas vontades: o Festival Meo Sudoeste.
Quando se avista a Herdade da Casa Branca, local onde começa hoje a 20.º edição do festival, além da roda gigante que se destaca pela altura, é impossível não reparar na quantidade de tendas já montadas e nas pessoas sentadas, rodeadas por fitas e placas que indicam os caminhos a seguir nesta "mini-cidade".
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O parque de campismo que abriu ao público no passado sábado, no dia 29, alberga os festivaleiros que vieram de vários locais de Portugal e do mundo para viver numa espécie de "tribo", como se autointitulam. As "ruas" têm os nomes dos artistas que vão animar as noites de festival.
Na desorganização organizada de milhares de "casas" construídas para albergar quem fez quilómetros pela primeira vez para pisar o festival alentejano ou é repetente nas andanças do Sudoeste, Beatriz Donga, de 17 anos, destaca-se de um grupo porque leva uma boia às costas e diz ao restantes membros que está na hora de irem à praia.
Beatriz viajou do Montijo com mais cinco amigos numa viagem de carro que "teve muitas peripécias e demorou mais do que o esperado porque nos perdemos no caminho". É a primeira vez que a sadina faz parte do festival e elogia as condições do campismo. "É como uma sobrevivência, temos que fazer face aos imprevistos, mas à exceção das casas de banho, o local é muito bonito e tudo está muito bem organizado". Na mala, trouxe um espelho "muito grande" para se poder preparar para os concertos e a almofada para se sentir em casa.
Logo ao lado desta tribo que promete albergar todos os que lá quiserem pernoitar, está alojada Lorea, uma espanhola, também de 17 anos, que entrou num autocarro na Estremadura com mais três amigas, porque ouviu falar do Sudoeste através das redes sociais. "Vimos vídeos e amigos nossos já cá tinham estado e disseram que era o melhor festival de Portugal".
Apesar de terem montado as espias da "casa" improvisada na Rua Dengaz, o nome do rapper português que vai tocar no palco principal no último dia de Sudoeste, e de terem preferência por Martin Garrix, o DJ e produtor que em 2016 pôs toda a gente a dançar num espetáculo que levou muitos a quererem repetir o festival, isso não as impediu de tecerem largos elogios ao restante cartaz.
Da mesma opinião é Guilherme Lopes que, no auge dos seus 19 anos, decidiu conduzir de Sintra até à Zambujeira com mais quatro amigos para ver Karetus, banda composta por Carlos Silva e André Reis, que sobem ao palco esta sexta-feira. "Vim o ano passado, mas este ano organizei esta viagem com os meus colegas de turma. Demorámos muito tempo para decidirmos tudo o que queríamos trazer e planearmos a viagem. Os nossos pais estão de férias de nós", afirma, divertido.
O gosto pela música eletrónica é visível nos festivaleiros do Sudoeste. Nas tendas tocam os hits que mais querem ouvir dos grandes nomes do cartaz desta edição, através de colunas tecnológicas que, em nada combinam com os estendais espalhados com roupas a secar e as mesas improvisadas no chão que alterna entre relva e terra batida do recinto.
Os nomes das tribos estão inventados, as casas foram construídas, falta apenas a abertura do recinto aos campistas que é o momento mais esperado por todos. A abertura das portas decorre esta quarta-feira, às 15 horas, e Matias Damásio, Richie Campbel, Mac Miller e The Chainsmokers são os pioneiros nos acordes sonoros que vão dar início às festividades oficiais do Sudoeste.