Coreografia de Piny está esta quinta e sexta-feira em cena no Palácio do Bolhão, no Porto, no âmbito do DDD - Festival Dias da Dança.
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"Ancestralidade, globalização, apropriação, herança cultural, numa era da internet em que quase é mais fácil saber algo do outro lado do Mundo do que algo local." Eis as ideias que estão na base de ".G Rito", a coreografia que Piny, ou Anaísa Lopes, leva esta quinta e sexta-feira ao palco do Palácio do Bolhão, no Porto, como parte da programação do DDD - Festival Dias da Dança.
Com oito intérpretes femininas em cena, o espetáculo propõe a superação de uma série de dualidades - feminino/ masculino, ancestralidade/ modernidade, dentro/ fora, orgânico/ máquina - e promove um questionamento sobre os espaços tradicionais, privados e rituais em relação ao espaço cénico, explica a artista no texto de apresentação. Outras perguntas são lançadas: "É o erotismo de um corpo inerente a ele ou parte das construções de quem observa? O que é o género e que relações se constroem se o anularmos?" Em ".G Rito" busca-se um "espaço seguro de purga e partilha" e a ideia do corpo como instrumento político.
Formada em arquitetura, dança e cenografia, Piny (Lisboa, 1981) interessou-se inicialmente por salsa e danças orientais, voltando-se mais tarde para estilos urbanos como o breakdance, house, waacking, vogue ou tribal fusion belly dance, tendo fundado o coletivo feminino Butterliesoulfow, marcado pela cultura hip-hop, e a companhia de dança Orchidaceae Urban Tribal. Trabalhou como bailarina independente para diversos criadores, que a levaram a atuar em festivais e teatros em França, Itália, Inglaterra, Brasil ou China. Foi também professora em várias escolas de dança no país. E a partir de 2011, quando estreou "(I) corpo lógico", passou a criar as suas próprias coreografias.
"".G Rito" , de Piny, quinta-feira 28 e sexta-feira 29 no Palácio do Bolhão (Porto), às 22 horas (dia 28) e 19.30 horas (dia 29).