
Histórica banda inglesa continua a lotar os recintos por onde passa
Foto: Instagram
Com “Run for your lives”, Iron Maiden revisitam os clássicos dos primeiros discos numa Meo Arena lotada.
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Quando os Iron Maiden surgiram, há uns impressionantes 50 anos, não havia telemóveis, e os concertos de música eram vividos numa simbiose total entre bandas e público. Na sua atual digressão, “Run for your lives”, o périplo mundial que passa esta noite pela Meo Arena, a banda faz, por isso, um apelo aos fãs: que evitem o uso de telemóveis e as gravações em vídeo, procurando, ao invés, experienciar a noite em pleno.
Esta é já quase a 20.ª vez do grupo em Portugal, mas nem as muitas passagens acumuladas ao longo dos anos impediram que o concerto esgotasse há já largos meses.
O caso não é para menos: além do culto em torno do coletivo, que não parece esmorecer, esta tour é especial, em simbolismo e também, na prática, ao apresentar um repertório focado nos nove primeiros álbuns da banda, de “Iron Maiden” a “Fear of the dark”.
À imprensa, o vocalista, Bruce Dickinson, prometia, antes do lançamento da tour, um “repertório para a eternidade”, e o grupo parece estar a cumprir: no primeiro concerto, a 27 de maio, em Budapeste, Hungria, os Maiden, com novo baterista, Simon Dawson, percorreram 17 músicas, incluindo “Murders in the rue morgue” ou “Phantom of the opera”.
Banda para a História
Os Iron Maiden são considerados uma das mais importantes e influentes bandas de heavy metal, ou da fusão de metal com rock. O grupo foi formado no East End de Londres, num bairro operário, em 1975, pelo baixista Steve Harris, consolidando-se rapidamente como uma força inegável na nova onda do metal britânico.
O disco de estreia, homónimo, surgiu em 1980, logo seguido por “Killers”, numa altura em que o reconhecimento se começava a globalizar. Depois da saída do vocalista Paul Di’Anno e entrada de Bruce Dickinson, “The number of the beast”, de 1982, consolidou o seu sucesso – e granjeou-lhes a alcunha de feras do heavy metal.
Hoje, acumulam cem milhões de álbuns vendidos e quase 2500 espetáculos realizados. Mesmo o último disco, “Senjutsu”, de 2021, alcançou o primeiro lugar em 27 países e foi eleito álbum de metal do ano pela “Rolling Stone”. Na nova digressão, além dos clássicos, o grupo promete uma cenografia “ainda mais espetacular e elaborada”.
O bar de Eddie
A par da tour, a banda tem uma iniciativa em algumas cidades selecionadas, e Lisboa foi uma das escolhidas: chama-se Eddie’s Dive Bar, é como um bar pop-up oficial, e na capital vai estar no Live Music Station.
O espaço, em homenagem à mascote do grupo, Eddie, terá um ambiente 100% Iron Maiden, entrada livre, música ao vivo e é perfeito para os fãs que não conseguiram ir ao concerto, ou para reuniões após o espetáculo.
Heavy metal contraria queda e enche cartazes de norte a sul
O heavy metal está de volta em força, sendo notório o crescente número de concertos e festivais, também em Portugal, neste segmento. Ganham fulgor as novas bandas dentro do género, enquanto as antigas continuam, em muitos casos, a trabalhar e a prolongar digressões lotadas e bem-sucedidas.
Uma olhada pelos cartazes em Portugal comprova o novo fulgor deste estilo musical: só este ano já aconteceram diversos encontros, do Metalfest (Viana do Castelo, abril), ao Vvolor Metal Fest, em Serpa (final de maio), passando pelo Bonelli Fest, em Penafiel, pelo Oliveira de Frades Rock Fest e pelo mais recente Evil Live 2025, com Judas Priest, Korn, e Slipknot no cartaz, e casa cheia, no Estádio do Restelo.
O que vem aí
De 31 de julho a 3 de agosto, chega agora o Vagos Metal Fest, com Blind Guardian, Samael e Uada, entre outros, tendo este ano o evento estendido a sua duração para quatro dias, devido à adesão do público.
Entre os muitos concertos marcados até ao final do ano, destacam-se o regresso, depois do Evil Live, dos embaixadores do black metal nacional Gaerea ao Hard Club, Porto, e LAV, Lisboa, a 4 e 5 de dezembro; e também em dezembro, o RCA Club em Lisboa, recebe o Heavy Duty Fest dia 13 e, dia 21, os Sinister + Helldrifter + Infernal Hate + Insaniam.
